O Presidente cabo-verdiano sublinhou esta quinta-feira os “efeitos desastrosos” da pandemia de covid-19, sobretudo nos mais vulneráveis, mas entendeu que o país deve orgulhar-se de um “relativo sucesso no combate” à doença.

“Cabo Verde, tendo em conta o panorama geral, pode orgulhar-se de um relativo sucesso no combate contra a covid-19, seja pelo nível de contágio e pela resistência do nosso sistema de saúde, mas também pela taxa de mortalidade, uma das mais baixas do mundo”, afirmou Jorge Carlos Fonseca, na sua tradicional mensagem de Ano Novo.

Para o chefe de Estado, há cerca de um ano que o país vive as “consequências gravíssimas” da pandemia da covid-19, afetando vários setores, mas sublinhou o “notável e meritório esforço” das autoridades locais e nacionais e das organizações sociais para mitigar os danos.

Mostrando “enorme esperança” no futuro, Jorge Carlos Fonseca enalteceu ainda o trabalho dos profissionais de saúde, a quem considera “os bravos de pelotão”, bem como da Proteção Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Nacional e das Forças Armadas.

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“Temos, pois, o dever de preservar o que é bom para todos, pois que é fruto do empenho e do sacrifício não só das autoridades, mas também da sociedade civil, dos cidadãos, no geral”, entendeu o mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana.

Na tradicional mensagem de Ano Novo, Fonseca mostrou-se igualmente solidário com os cabo-verdianos residentes em países com pior quadro epidemiológico, augurando que sejam beneficiados pela vacina, que já está a ser aplicada em muitos desses países.

Segundo o Presidente, existe um melhor conhecimento da doença, os critérios de prevenção são cada vez mais interiorizados pelas populações, a situação sanitária tende a melhorar de forma significativa.

“O sistema nacional de saúde tem dado provas de estar à altura dos desafios e está cada vez mais próximo o acesso à vacina”, avaliou Jorge Carlos Fonseca, para quem a perspetiva de o país iniciar a vacinação no primeiro trimestre de 2021 é “verdadeiramente auspiciosa”.

“Não tenho dúvidas de que juntos venceremos mais esta batalha e que proximamente estaremos a viver em condições bem mais favoráveis do que as atuais”, manifestou.

Ainda neste ano que agora vai terminar, o Presidente da República lamentou o falecimento de destacadas figuras do país, como a cantora e ativista cultural Celina Pereira, do professor e investigador Moacyr Rodrigues e o autarca de Santa Catarina de Santiago José Alves Fernandes.

“Inclino-me com reverência perante a memória dos extintos e solidarizo-me com os seus familiares, amigos e companheiros, nesta hora de muita dor”, enviou Fonseca, na sua última mensagem de Ano Novo antes do fim do segundo e último mandato.

Dentro de aproximadamente três meses o país realiza eleições legislativas e seis meses depois as presidenciais, dois momentos importantes para o país, sublinhou o chefe de Estado.

“Elas constituem importantes marcos dos nossos sistemas e vivência em democracia. É fundamental que as instituições funcionem adequadamente e que as eleições, essência e sal da democracia, decorram sem quaisquer sobressaltos”, perspetivou.

O Presidente augurou ainda sucessos à seleção de andebol masculina, que em janeiro participa pela primeira vez no campeonato mundial da modalidade, no Egito.