Há 25 concelhos com risco extremamente elevado de transmissão do vírus da Covid-19, menos um do que no balanço da passada semana. Se a estes somarmos os municípios em risco elevado e muito elevado — ou seja, os três níveis que obrigam a medidas de restrição mais rígidas — o número sobe para 223 concelhos, mais 15 do que na última atualização. Esta segunda-feira, os dados divulgados pela Direção Geral de Saúde e que reportam à incidência de casos entre 14 e 27 de dezembro (14 dias), mostram ainda que Nisa é o concelho que mais sobe em número de casos por 100 mil habitantes, enquanto Vimioso é o que mais desce. Ambos continuam no nível 7, o mais elevado.
Feitas as contas, 72,4% do território português — o país tem 308 concelhos, 278 no continente, 11 na Madeira e 19 nos Açores — encontra-se numa das categorias de risco mais elevadas, 5, 6 e 7, segundo a classificação do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) e que correspondem aos níveis de risco elevado (123), muito elevado (75) e extremo (25), definidos pela Direção-Geral da Saúde e pelo Governo na aplicação das medidas de controlo da pandemia.
Entre as saídas e entradas, há 1o concelhos que reduziram o número de casos por 100 mil habitantes e que saem dos concelhos com maior probabilidade de transmissão do coronavírus.
Em contrapartida, há 27 municípios onde o aumento de casos os leva a integrar o grupo de regiões com restrições mais apertadas.
Lisboa e Porto descem de nível de risco e as medidas mudam
Na atualização de 28 de dezembro, tanto Lisboa como o Porto foram classificados como concelhos de risco “muito elevado” — o primeiro com 509 casos nas duas semanas anteriores por cada 100 mil habitantes, o segundo com 528 casos. A 4 de janeiro, os dois concelhos passaram a ser de risco “elevado”: Lisboa tem agora 442 casos nas duas semanas anteriores por cada 100 mil habitantes e o Porto tem 470 casos.
A maior mudança que esta nova classificação simboliza para os lisboetas e portuenses é que, saindo da lista dos concelhos de risco mais elevado, o recolhimento obrigatório a partir das 13h ao fim de semana e a proibição de circulação entre concelhos deixam de estar em vigor.
Os 10 concelhos que saem dos níveis de risco mais alto
Abrantes | Pampilhosa da Serra |
Almeirim | Resende |
Chamusca | São João da Pesqueira |
Figueira de Castelo Rodrigo | Vale de Cambra |
Freixo de Espada à Cinta | Vinhais |
Os 27 concelhos que entram para os níveis de risco mais alto
Albufeira | Arganil | Mação | Penalva do Castelo | Vila Nova de Poiares |
Alcácer do Sal | Câmara de Lobos | Machico | Portel | V. R. S. António |
Alcanena | Entroncamento | Mêda | Silves | V. V. de Ródão |
Alcobaça | Fronteira | M. da Beira | S. M. Agraço | |
Alvaiázere | Golegã | Oleiros | Tavira | |
Arcos de Valdevez | Loulé | Oliv. de Frades | V.N. de Paiva |
Covid-19. Há mais de um mês que não havia uma segunda-feira com tantos novos casos
Quanto à distribuição geográfica, e como é possível ver no mapa interativo, a maior parte dos concelhos da categoria mais alta estão no interior, havendo também maior concentração no Norte do país dos concelhos onde o risco de contrair o vírus da Covid é mais alto.
Nos 30 municípios localizados nas ilhas, Machico e Câmara de Lobos são os únicos do arquipélago da Madeira com risco muito elevado, algo que não acontecia na semana anterior. Nos Açores, as zonas de maior risco mantêm-se inalteradas: Vila Franca do Campo e Ribeira Grande, nos níveis 6 e 5, respetivamente .
Mourão é o concelho com maior incidência
Em relação ao balanço anterior, só um município se mantém entre os cinco com maior incidência acumulada a 14 dias. No Alentejo, junto à fronteira com Espanha, Mourão não só se mantém na lista como passa a ser o concelho com maior incidência do vírus (3.388). Seguem-se Mora (2.682), Vidigueira (1.942), Nisa (1.815) e Viana do Alentejo (1.613), tudo terras alentejanas. São também estes os únicos cinco municípios que têm mais 1.500 novos casos por 100 mil habitantes.
Quando se olha para os concelhos que mais subiram em número de casos por 100 mil habitantes (e que não corresponde ao valor de diagnósticos positivos), foi em Nisa que o valor mais subiu, passando de 643 para 1.815. Logo a seguir está a Vidigueira, Mourão, Viana do Castelo e Mora — os mesmos muncicípios que registam maior incidência do vírus.
Concelhos que mais subiram
Concelhos | 4 janeiro | 28 dezembro | Variação |
Nisa | 1815 | 643 | 1172 |
Vidigueira | 1942 | 835 | 1107 |
Mourão | 3388 | 2286 | 1102 |
Viana do Alentejo | 1613 | 544 | 1069 |
Mora | 2682 | 1764 | 918 |
Mação | 973 | 112 | 861 |
Macedo de Cavaleiros | 1454 | 696 | 758 |
Mangualde | 1135 | 540 | 595 |
Vila Nova de Poiares | 735 | 202 | 533 |
Tábua | 844 | 449 | 395 |
Se Nisa é o concelho que mais sobe, Vimioso, no extremo nordeste de Portugal, é o que mais desce. A queda é de 2188 casos em relação aos dados divulgados a 14 de dezembro. Assim, o município do distrito de Bragança tem agora 1.019 novos casos por 100 mil habitantes, quando na contagem anterior esse valor era de 3.207.
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Apesar disso, Vimioso continua no nível 7, ou seja, com risco extremamente elevado de transmissão do vírus. Na atualização anterior, era o concelho com maior incidência acumulada a 14 dias.
Concelhos que mais desceram
Concelhos | 4 janeiro | 28 dezembro | Variação |
Vimioso | 1019 | 3207 | -2188 |
Castelo de Vide | 514 | 2398 | -1884 |
Mondim de Basto | 302 | 1454 | -1152 |
Marvão | 1265 | 2396 | -1131 |
Penamacor | 1009 | 2061 | -1052 |
Monforte | 437 | 1311 | -874 |
Alter do Chão | 474 | 1201 | -727 |
Chaves | 885 | 1479 | -594 |
Serpa | 168 | 755 | -587 |
Amarante | 620 | 1199 | -579 |