A associação ambientalista Zero considerou que o encerramento da central termoelétrica de Sines vai trazer a “redução mais significativa de emissões” de gases com efeito de estufa que já se viu em Portugal.
O fim da laboração da central, marcado para quinta-feira à meia-noite, significa também o fim de cerca de um décimo das emissões de óxidos de azoto, dióxido de enxofre, partículas e metais pesados em Portugal, assinala a Zero.
A associação reconhece que o encerramento de Sines e da outra central a carvão portuguesa, no Pego, afeta direta e indiretamente cerca de 700 trabalhadores e lamenta que não tenha havido “diálogo, concertação social e criação de soluções alternativas” para essas pessoas.
É fundamental um plano de promoção de atividades económicas ligadas à urgente transição energética” que inclua trabalhadores, sindicatos, autarquias e outras entidades, defende.
No entanto, “isso não está a acontecer, em particular no caso do encerramento anunciado da refinaria de Matosinhos”, assinala. Apesar de o encerramento destas instalações significar perda de empregos, “só na indústria solar-fotovoltaica prevê-se a criação de pelo menos 20 mil postos de trabalho nos próximos dez anos”, o que é “uma oportunidade de formação e reconversão profissional dos trabalhadores”.
O encerramento de Sines acontece quase dez anos antes do que estava inicialmente previsto no Roteiro para a Neutralidade Carbónica, acabando assim com a central que “representou, em média, anualmente, 12% das emissões totais nacionais de gases com efeito de estufa”. A Zero refere que Sines terminou em 2019 o tempo previsto de vida de trinta anos, contado a partir da entrada em funcionamento do último grupo de produção de eletricidade. O fecho foi “uma consequência direta dos preços do mercado do carvão, dos custos associados às emissões e da competitividade e disponibilidade de outras alternativas”, considera a associação ambientalista.
Também o fecho da refinaria de Matosinhos, anunciado para este ano, terá um impacto positivo na redução das emissões de CO2 que, segundo a Galp, permite reduzir em 5% as emissões totais vindas do setor energético.
Galp não reforça produção em Sines. Fecho de Matosinhos reduz CO2, mas terá efeito nas exportações