O hospital de campanha montado desde junho na Cidade Universitária continua fechado por falta de profissionais de saúde para trabalhar no local, revelou António Diniz, responsável pela Estrutura Hospitalar de Contingência de Lisboa, ao Expresso.

O hospital devia ajudar a aliviar a pressão que os internamentos por Covid-19 estão a provocar nas estruturas hospitalares habituais. Mas, numa altura em que há doentes a serem transferidos para outras cidades por falta de capacidade de resposta, este continua sem funcionar.

António Diniz considerou o caso “absolutamente bizarro”: o hospital de campanha está registado na Entidade Reguladora da Saúde e tem entre 30 e 58 camas disponíveis para receber infetados ligeiros, mas continua parado porque “não foi possível contratar recursos humanos”, aponta ele ao Expresso.

O responsável aponta o dedo à Direção-Geral da Saúde (DGS) e ao Ministério da Saúde, que “sabem que está tudo pronto”: “A única limitação são os profissionais” — 10 a 12 especialistas, 20 a 30 internos de medicina geral e familiar, 17 a 25 enfermeiros e  15 assistentes operacionais e administrativos — “que não podemos contratar”.

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Ao Observador, o presidente da secção do sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Valentim Lourenço, diz que não entende como é que o hospital de campanha continua sem funcionar apesar da pressão que a resposta à Covid-19 está a exercer no SNS. Oiça aqui a Rádio Observador.

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Questionada pelo Expresso, a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa argumenta que o hospital de campanha só “deverá ser utilizado depois de esgotadas outras alternativas”, mas “conjuntamente com os parceiros, estão a ser desenvolvidos os esforços necessários para ter a estrutura de contingência preparada e em estado de prontidão para ser ativada”.