O Governo angolano manifestou esta quinta-feira interesse na assistência técnica da China para elaborar projetos sustentáveis e assim poder candidatar-se aos financiamentos, quer do Governo, quer dos potenciais investidores chineses interessados no desenvolvimento de Angola.

A solicitação foi feita esta quinta-feira pela secretária de Estado para as Relações Exteriores angolana, Esmeralda Mendonça, na abertura do Fórum de Negócios Angola-China no domínio da Agricultura e Pescas, realizado por videoconferência.

Esmeralda Mendonça frisou que as potencialidades industriais, agrícolas e tecnológicas fazem da China um dos maiores parceiros estratégicos do continente africano, cujas economias necessitam, e uma alavanca para o desenvolvimento cada vez mais sustentável.

Segundo Esmeralda Mendonça, a China tem sabido responder satisfatoriamente aos anseios dos Governos dos países africanos, em troca de uma cooperação mutuamente vantajosa, cujos efeitos têm vindo a refletir-se no seio das suas populações.

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“No nosso caso em particular, esta relação está alicerçada na parceria estratégica estabelecida através da assinatura de instrumentos jurídicos”, referiu a governante angolana, sublinhando que os projetos apresentados irão contribuir de forma significativa para o êxito das estratégias traçadas pelo Governo angolano, no âmbito da diversificação da sua economia e aumentar o tecido empresarial do setor mais importante para o desenvolvimento da sociedade angolana.

Por sua vez, o secretário de Estado para Agricultura e Pecuária angolano, João Cunha, destacou que as relações entre os dois países datam de 1983, altura em que foi rubricado o Processo Verbal de Conversações entre as delegações comerciais de ambos os países.

Nos últimos anos, prosseguiu, foi registado um crescimento da cooperação entre os dois países, no domínio da agricultura e pescas, e com a nova dinâmica que Angola tem vindo a aplicar pode consolidar e desenvolver parcerias mutuamente vantajosas através do reforço de intercâmbio do conhecimento nas diferentes áreas, como a formação, pesquisa e investimento privado.

“No âmbito da cooperação atual com a China existem no setor iniciativas de sucesso, nas áreas da investigação agronómica, com o Centro de Demonstração de Tecnologias Agrícolas de Masoso, o cultivo da amoreira para a produção de seda, atualmente em fase de estudo, horticultura, fruticultura e pesca (…) e estamos cientes de que, com investidores interessados no setor, poderemos multiplicar os resultados atuais, tendo em conta as estratégias do executivo”, disse.

João Cunha indicou as áreas de oportunidade de negócio em Angola no setor da agricultura, nomeadamente o setor da produção vegetal, em que manifestou “bastante interesse” de Angola para captação de investimento privado chinês, a investigação e produção de arroz, milho, soja, avicultura, óleo de palma, bem como a aquicultura.

“O nosso convite vai também para o investimento privado direto, não estamos a referir-nos apenas ao investimento privado em que há parcerias com angolanos, mas estamos disponíveis e abertos para que os empresários chineses possam, de forma individual, investirem no setor da agricultura, com ou sem parcerias diretas com os empresários angolanos”, frisou.

O governante angolano sublinhou ainda a abertura da parte angolana para que o resultado da produção chinesa “possa ser exportada diretamente para a China, ou o mercado que entenderem, ou então comercializada no mercado nacional”.