Nos primeiros dias de fevereiro, a pandemia deve atingir o seu novo pico em Portugal, segundo os modelos matemáticos de vários especialistas. O ponto máximo da curva, a maior até agora vista no país, deverá ser atingido entre 5 e 9 de fevereiro, com números ainda mais altos do aqueles a que temos assistido. Os novos casos diários poderão tocar nos 18 mil, os internamentos nos 7 mil. Nos cuidados intensivos, o valor máximo pode chegar aos 1.100 pacientes internados, enquanto que as mortes deverão manter-se acima das 300 por dia. Os números são avançados pelo jornal Expresso (conteúdo para assinantes).

Na quinta-feira, o país registou 16.432 mil novos casos de infeção e 303 mortes.

“O número de doentes a precisar de cuidados intensivos deverá continuar a aumentar até à primeira metade de fevereiro, atingindo um valor máximo de cerca de 1100, altura a partir da qual começará a decrescer”, diz Maria Luísa Morgado, matemática da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, citada pelo Expresso.  “O modelo indica que, em cenários de confinamento de duas semanas, um mês ou dois meses, o número de internados em cuidados intensivos no final de março será, respetivamente, de 1000, 500 e 260”, acrescenta a investigadora que é também uma das responsáveis pelo modelo desenvolvido no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Os modelos de Carlos Antunes, um dos especialistas que tem apresentado as suas projeções nas reuniões no Infarmed com o Governo, vão no mesmo sentido: “Os indí­cios do efeito do confinamento são muito subtis, dado o curto perío­do desde o fecho das escolas, mas verifica-se uma desaceleração da incidência global. O pico está a ficar cada vez mais definido e é apontado algures entre 5 e 9 de fevereiro, com uma incidência que poderá si­tuar-se entre os 17 e os 18 mil casos diários.”

Em termos médios, no final de janeiro, o matemático prevê que se chegue às 16.400 novas infeções diárias, mais de 7 mil internamentos, 860 dos quais cuidados intensivos, e um número de 300 óbitos diários.

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