O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, anunciou este domingo que o seu país vai receber doentes portugueses em cuidados intensivos por Covid-19, em sinal de “solidariedade europeia”, refere a agência EFE.
“A pandemia de Covid-19 representa enormes desafios para todos os países europeus. É uma exigência de solidariedade europeia ajudar rapidamente e sem burocracia para salvar vidas”, escreveu o governante conservador na sua conta no Twitter.
A medida foi tomada depois que Kurz oferecer a ajuda da Áustria numa conversa telefónica com o primeiro-ministro português, António Costa.
Ich war in Kontakt mit Premierminister @antoniocostapm, aufgrund der angespannten Corona-Situation in Portugal. Die Corona-Pandemie stellt alle Länder Europas vor massive Herausforderungen.
— Sebastian Kurz (@sebastiankurz) January 31, 2021
Kurz não informou quantos pacientes a unidade de cuidados intensivos da Áustria vai receber e a agência de notícias Apa adianta que os dados serão divulgados pelas autoridades de saúde portuguesas.
O chefe de governo austríaco recordou que o seu país já havia recebido doentes de Itália, França e Montenegro para ajudá-los durante os picos da pandemia.
Desde o início da pandemia, mais de 12.000 mortes foram contabilizadas em Portugal, 5.000 delas apenas em janeiro. A Áustria, por seu lado, encontra-se no seu terceiro confinamento parcial desde o dia 26 de dezembro, com o comércio não essencial encerrado e com restrições nas deslocações.
Naquele país, de 8,9 milhões de habitantes, a medida permitiu reduzir os contágios para cerca de 1.500 casos diários. A incidência acumulada de sete dias é de 107 casos positivos por 100.000 habitantes, o que permitiu libertar muitas camas hospitalares.
Entretanto, um porta-voz do ministro da Defesa alemão confirmou este domingo à Reuters que o exército vai enviar médicos e equipamento para Portugal, depois de o Governo de António Costa ter formalmente solicitado apoio àquele país.
Apesar de a revista Der Spiegel ter já avançado que o plano será enviar para o território português, além de ventiladores, camas de campanha e outro mobiliário, 27 médicos e paramédicos, que deverão permanecer no país durante pelo menos três semanas, o porta-voz do ministério da Defesa não quis confirmar essa informação à Reuters, nem avançar quaisquer outros detalhes da operação.
Como o Observador já tinha dado conta na passada quarta-feira, esta semana estiveram em Lisboa pelo menos dois médicos do exército alemão que, na qualidade de “representantes institucionais do governo”, visitaram o Hospital Amadora-Sintra, um dos mais assoberbados por esta terceira vaga da pandemia, para avaliar o possível auxílio às unidades hospitalares da área metropolitana de Lisboa.
Ajuda a Portugal. Médicos alemães já em Lisboa, Espanha a postos