Jorge Botelho, secretário de Estado da Descentralização e Administração Local, enviou este domingo à tarde uma nota para as redações a “desmentir” e “repudiar” a “informação falsa” que Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, partilhou este sábado à noite através do Facebook, a acusar o governante de ter, juntamente com a mulher, Maria Margarida Flores, diretora da Segurança Social de Faro, tomado a vacina para a Covid-19, apesar de não fazerem parte de qualquer grupo prioritário.

“Pegou nela, dizem, na família e nuns amigos socialistas e toca de fazer de fura filas e chicos espertos a tomar a vacina”, escreveu Ana Rita Cavaco naquela rede social, sem chegar a nomear o secretário de Estado, apenas a sua mulher — “eu para nomes sou horrível”.

https://www.facebook.com/ana.r.cavaco1/posts/10216908720982411

“Esta informação é totalmente falsa e a sua divulgação tem como propósito colocar em causa a honestidade do Secretário de Estado e da sua mulher, a quem não foi administrada qualquer dose da vacina”, garantiu Jorge Botelho na curta nota enviada para a comunicação social, que terá sido posterior ao telefonema que fez para a própria bastonária da Ordem dos Enfermeiros — e de que Ana Rita Cavaco dá conta no mesmo post, entretanto editado.

“Entretanto ligou-me agora o SE Jorge Botelho, agora fixei o nome, referindo que não foi vacinado, nem ele, nem a esposa mas que tem critérios para ser. Ficou aborrecido com o que as pessoas dizem”, acrescentou a bastonária, aparentemente pouco satisfeita com a resposta do governante. “Achei que devia pôr aqui a sua posição mas confesso que fiquei confusa, não foi mas tem critério. Lembrei-me de outra coisa também, o critério neste país para se ter um alto cargo público, família.”

A publicação surge no contexto das várias notícias que nos últimos dias têm dado conta da vacinação indevida de funcionários não prioritários de várias instituições — e até de empregados de uma pastelaria e de um restaurante de francesinhas com moradas próximas da delegação do INEM no Porto, caso que aliás já motivou a demissão do médico responsável pelo organismo no Norte.

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