A Companhia Nacional de Bailado criou uma nova programação no espaço virtual abrindo os seus arquivos, reveladores de uma história de 44 anos, e dando a conhecer olhares dos bailarinos e de fotógrafos sobre os bastidores dos espetáculos.
A nova programação foi redirecionada para o formato digital, na página oficial da Companhia Nacional de Bailado (CNB) e nas plataformas das redes sociais, para manter o contacto com o público, segundo a informação enviada quarta-feira à agência Lusa.
Dando continuidade aos projetos iniciados ao longo da temporada de 2021, a programação foi desenvolvida em dois eixos: o externo, com atividades de programação para o público; e o interno, com medidas que visam a continuidade da atividade e manutenção física dos bailarinos.
Após a determinação, pelo Governo, de um novo confinamento, desde 15 de janeiro, a CNB suspendeu os espetáculos e atividades presenciais previstas para o trimestre de janeiro a março – com novas datas a anunciar –, e encontrou formatos para funcionar em “palcos paralelos” até ao regresso à atividade.
Um novo projeto tem como título “Arquivo Aberto”, e é criado a partir de documentação dos arquivos da CNB, que revela uma história de quase 44 anos. Estará disponível a partir de 15 de fevereiro, com fotografias, programas de sala e artigos de imprensa que poderão ser visionados nas redes sociais.
Já disponível ao público está o projeto “Outra Danças”, uma coleção digital da CNB lançada em 2018, que reúne diferentes séries com testemunhos sobre obras apresentadas pela companhia, criadores e intérpretes, inspirada no título da obra “Other Dances” (1976), do coreógrafo norte-americano Jerome Robbins (1918–1998).
Outro projeto disponível é o “Ver de Fora”, ativo desde setembro de 2019 para acompanhar as agendas trimestrais de programação da companhia, com olhares externos, de fotógrafos sobre lugares e detalhes dos bastidores do Teatro Camões, a casa habitual da CNB, habitualmente não acessíveis ao público.
Também os bailarinos da companhia “continuarão a marcar presença ativa” nesta programação, com a apresentação de alguns momentos do seu trabalho diário, em confinamento, com o projeto “Os Nossos Bailarinos”.
Como a rotina física de um bailarino não pode parar, a CNB diz que está, internamente, a disponibilizar um conjunto de ferramentas para os seus artistas que visam “minimizar as dificuldades inerentes a esta atividade quando transferida para teletrabalho”.
Nesse sentido, vai disponibilizar material como linóleo (chão de dança), barras e plataformas digitais que facilitam o trabalho e atividades para manter a condição física dos bailarinos.
“Fotógrafos da CNB” é outro projeto da programação disponível a partir de 08 de fevereiro, com a disponibilização de um conjunto de imagens captadas por fotógrafos que colaboraram com a companhia ao longo de cada temporada.
O público também terá acesso ao projeto “A Minha Companhia”, iniciado em 2019, que visa dar a conhecer a sua equipa e desvendar os bastidores, com textos de Susana Moreira Marques, Sofia Soromenho e Tiago Bartolomeu Costa, sobre a equipa de mais de cem colaboradores que contribuem para a concretização da programação da companhia.