A DS revelou a segunda geração do seu compacto DS 4, cujo lançamento comercial está programado para o final deste ano, por preços que só serão anunciados mais próximo da introdução do novo modelo no mercado.

Assente sobre a já conhecida plataforma modular EMP2 da antiga PSA (agora Stellantis), o 4 beneficia de “70% de peças novas ou exclusivas”, segundo a DS, numa evolução da arquitectura com recurso a novos componentes em materiais compósitos, estampagem a quente de componentes estruturais e elementos mais compactos – tudo isto a contribuir para reduzir o peso e incrementar a rigidez torcional, embora não tenham sido avançados dados concretos a este respeito.

Com 4,4 metros de comprimento, 1,83 m de largura e um 1,47 m de altura, o DS 4 oferece uma bagageira com 430 litros. Esteticamente, o compacto francês inspira-se no protótipo DS Aero Sport Lounge, o que é mais evidente na silhueta tipo coupé, com o tejadilho a descer acentuadamente para a traseira e os puxadores das portas embutidos na carroçaria. A frente exibe uma nova assinatura luminosa e demarca-se pelo capot longo, o que confere ao DS 4 um aspecto mais dinâmico. Na secção traseira, o destaque vai novamente para a assinatura luminosa, com efeito tipo “escama”, a par de guarda-lamas generosos, num exercício estilístico que procura conjugar elegância e robustez.

Mas se esta foi a base que os estilistas aprimoraram, a receita serve-se em três versões: ao DS 4 convencional juntam-se os DS 4 Cross e DS 4 Performance Line. O primeiro constitui o coração da gama, distinguindo-se pelo tejadilho em preto contrastante, além de pormenores cromados e pára-choques específicos.

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Já o Cross, como o nome indica, procura aproximar-se do terreno dos SUV, daí que possa ser equipado com o Advanced Traction Control, para se adaptar a pisos de areia, lama ou neve, bem como com o Hill Assist Descent Control, que controla electronicamente a evolução em descidas, sem que o condutor necessite de pisar no travão. Como tal, a estética deste DS 4 é mais radical, desde logo sem tejadilho contrastante e com barras na cor da carroçaria, a que se juntam detalhes em preto brilhante (grelha e rebordos superiores dos vidros laterais), estes sim a contrastar com elementos em preto mate, como a zona inferior do pára-choques.

Enquanto isso, o DS 4 Performance Line persegue o cliente adepto de um estilo mais desportivo, o que se reflecte em acabamentos exteriores em preto, enfatizados por um pack Black e, até mesmo, por jantes na mesma cor. A propósito, as jantes variam em função das versões, podendo ter 19 ou 20 polegadas. O que não varia é a altura ao solo, que é sempre a mesma independentemente da versão escolhida.

Para justificar o posicionamento, o interior primará pela qualidade dos acabamentos (alguns feitos à mão) e dos materiais. Como é habitual, dependendo das versões, encontram-se revestimentos a couro, Alcantara, e detalhes em carbono forjado ou madeira, que se aliam a um novo sistema de infoentretenimento (Iris System) com um ecrã de 10 polegadas e passível de ser controlado por comandos vocais e gestuais:

Mas sob um manto de requinte e de tecnologia, a sustentabilidade não foi esquecida. Porque reciclar é o novo luxo, o DS 4 que vai chegar aos concessionários portugueses no final do ano “apresenta 95% de materiais reutilizáveis e 85% de peças recicláveis, pelo que 30% do seu peso total é composto de materiais renováveis ou reciclados”, sublinha o construtor francês.

No compêndio tecnológico, o compacto gaulês oferece ao condutor o nível 2 de condução semiautónoma que os restantes DS já disponibilizam, mas agora numa versão mais evoluída, já capaz de fazer ultrapassagens ou de adaptar a velocidade em curva, por exemplo.

Outro dos argumentos, pouco habituais neste segmento, é a suspensão que recorre às imagens recolhidas pela câmara montada na parte superior do pára-brisas para “ler” a estrada à sua frente e, assim, adaptar-se às irregularidades do piso, garantindo o máximo conforto.

No domínio da segurança, o destaque vai para o sistema de visão nocturna que é capaz de detectar, até 200 metros de distância, peões ou animais e avisar o condutor. Este poderá optar por um extended head-up display (HUD) que projecta na estrada as informações essenciais, da velocidade à navegação. “Os grafismos são exibidos quatro metros à frente do pára-brisas, acompanhando o olhar do condutor numa diagonal de 21 polegadas, algo que é inédito no segmento”, realça o fabricante.

Quanto à oferta de motorizações, a gama será composta por um turbodiesel de 130 cv e motores a gasolina de 130, 180 e 225 cv, a que se junta ainda uma variante híbrida plug-in (PHEV), em tudo similar à solução do Opel Grandland ou do Peugeot 508 PHEV – motor a gasolina de 180 cv acoplado a um motor eléctrico de 110 cv integrado na caixa automática de oito velocidades. A potência conjunta é de 225 cv, mas a bateria passa dos anteriores 11,8 kWh de capacidade bruta para 12,4 kWh. Segundo a DS, a explicação para o incremento reside em “novas células mais compactas e de maior capacidade”. A autonomia do DS 4 E-Tense, em modo exclusivamente eléctrico, superará os 50 km, em ciclo combinado, de acordo com o protocolo de homologação europeu WLTP.