Ramalho Eanes considera que a discussão em torno da remoção dos brasões da Praça do Império, em Belém, é o sintoma de algo muito maior: “O desrespeito desta esquerda festiva em relação ao passado do país é uma atitude indesejável”.

Em declarações ao semanário “Nascer do Sol”, o antigo Presidente da República defende que o património do país deve ser respeitado e celebrado. “Sem império dificilmente teríamos mantido a independência em certas épocas. Seríamos uma Catalunha ‘menos’. O império fez com que conseguíssemos manter-nos soberanos nos momentos mais difíceis”, nota.

“O que caracteriza um povo é a sua personalidade, a sua unidade e a sua continuidade, tanto nas coisas boas como nas coisas más. [É preciso] respeitar essa personalidade, manter a sua memória coletiva e garantir a continuidade, permitindo que ela se mantenha ao longo da História”

A controvérsia em torno dos brasões da Praça do Império surgiu à boleia de uma petição contra a remoção destes símbolos. Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, já reagiu e classificou a questão de “absurda” até porque os arranjos florais em questão já não existem há décadas.

Ramalho Eanes, no entanto, não está convencido com as garantias do autarca. “Acabar com a memória do passado não é correto, é desnecessário e é indesejável”, avisa.

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