As metas de Marcelo Rebelo de Sousa para que haja condições de desconfinamento estão cada vez mais perto de serem alcançadas. Se se confirmar nos próximos tempos um ritmo de descida semelhante ao que se verificou nos últimos sete dias — em média, 117 camas vagas diariamente nos internamentos e 20 camas em unidades de cuidados intensivos — as metas estão apenas a três dias de serem cumpridas nos internamentos e a nove dias nas unidades que recebem doentes graves.
Ou seja, a 11 de março, quando António Costa apresentar o plano de desconfinamento, o SNS deverá estar a apenas a poucos dias de ver cumpridas pelo menos três das quatros metas que o Presidente da República avançou a 11 de fevereiro até o início de abril.
“Temos, até à Páscoa, de descer os infetados para menos de dois mil, para que os internamentos e os cuidados intensivos desçam dos mais de cinco mil e mais de 800 agora para perto de um quarto desses valores, e descer também a propagação do vírus para números europeus”, disse então o Presidente da República.
Está em causa uma descida para cerca de 1250 camas ocupadas em todos os internamentos — esta sexta-feira, baixou para 1.583; uma redução para cerca de 200 camas em unidades de cuidados intensivos — neste último boletim baixou para 383; uma descida do número de infetados para menos de dois mil por dia (o que, tendo em conta a evolução média diária, acontece agora, pela terceira semana consecutiva); e descer a transmissão do vírus para números europeus.
Esta sexta-feira houve menos 125 internados do que no dia anterior, o que significa um recuo para o valor mais baixo desde 25 de outubro (na altura 1.574). Só na última semana ficaram vagas 821 camas, menos 34,1%. E desde o pico da pandemia, a 1 de fevereiro (6869 internados), há uma redução de 76,9% (menos 5286 internados).
Nos cuidados intensivos a redução tem sido menos intensa, mas muito consistente, levando já 21 quedas consecutivas. O número agora atingido é uma redução de 16 face ao dia anterior, tornando-se no valor mais baixo desde 12 de novembro (na altura os mesmos 383 internados). Desde que houve um pico de internamentos nestas unidades, a 5 de fevereiro (904), há uma redução de 57,6% (menos 521 doentes graves).
Apesar da tendência de descida no número de casos que se tem verificado desde o pico no final de janeiro, não havia uma subida a uma sexta-feira desde 22 desse mês. No boletim da DGS indica um aumento de 119 casos confirmados no último dia, para 949.
Este ano, aliás, é apenas a terceira vez em que se regista uma subida a uma sexta-feira. Além do dia 22, a outra ocasião foi a 8 de janeiro, também durante a escalada da terceira vaga.
Ainda assim, número de casos representa uma descida de 78 face à sexta-feira da semana passada. Nesse dia (1027 casos) foi alcançado o valor mais baixo de uma sexta-feira desde 2 de outubro. Nada muda esta semana nesse capítulo.
Lisboa e Vale do Tejo teve 436 dos 949 casos de infeção registados nas últimas 24 horas (45,9%). Seguem-se a região Norte (192 casos), Madeira (163), Centro (118), Alentejo (36), Algarve (9) e Açores (nenhum caso).
A DGS retifica esta sexta-feira o número total de casos na região dos Açores. Está em causa “a correção de dois casos duplicados, transferência de seis casos para outras regiões de ocorrência e notificação de três novos casos na região dos Açores no dia em análise”.
O boletim da DGS sobre a evolução da pandemia mostra ainda que há mais 1.606 recuperados no último dia (para um total 728.659 desde que começou a pandemia), o que continua a impulsionar uma descida dos casos ativos — levam já 33 dias consecutivos de quedas. Há agora menos 685 casos ativos do que no dia anterior, atingindo os 63.260, o valor mais baixo desde 3 de novembro, tal já se verificava como no dia anterior.
O boletim desta sexta-feira indica ainda que das 28 mortes do último dia, 17 foram em Lisboa e Vale do Tejo. Em conjunto, o restante território português teve 11 mortes — cinco no Norte, três no Centro, e outros três no Alentejo. Nem o Algarve, nem as regiões autónomas registaram qualquer óbito no último dia.
Dois homens na casa dos 50 anos e outros dois na casa dos 60 estão entre as vítimas mortais registadas no boletim desta sexta-feira. Já entre os 70 e os 79 anos há mais cinco vítimas.
Como tem sido hábito, é no último escalão etário, acima de 80 anos, que são registadas mais mortes com complicações associadas à Covid-19. Esta sexta-feira, houve 19 mortes identificadas pela DGS no boletim dedicado à evolução da pandemia (67,9% do total). Juntando os dois escalões acima dos 70 anos estão em causa 85,7% dos óbitos deste último dia.