Só nos Estados Unidos da América, mais de 17.1 milhões de pessoas viram a entrevista que os duques de Sussex deram a Oprah Winfrey, a mesma que foi transmitida esta segunda-feira em solo britânico. O impacto da mediática conversa que ainda vai fazer correr muita tinta deixou o palácio paralisado num estado de  “horror e consternação”. Um dia depois de a rainha recusar a resposta preparada pela casa real, os assessores lutam para aprovar uma reação à altura.

De acordo com o The Times, um comunicado preparado pelo Palácio de Buckingham, focado no amor da família real pelos duques de Sussex, foi recusado pela rainha que preferiu dormir sobre o assunto. A ideia era atenuar a escalada de tensão, mas a monarca preferiu ter mais tempo para considerar a sua resposta. A decisão poderá revelar-se frutífera, dada a revelação de Oprah: a conversa com os duques de Sussex durou, afinal, 3 horas e 20 minutos. A versão transmitida pela norte-americana CBS foi editada para ter a duração de 1h25 minutos. Tal levanta suspeitas de que mais vídeos da entrevista sejam divulgados nos próximos dias ou semanas. Foram precisos três anos para Oprah conseguir esta entrevista.

O Daily Mail acrescenta que Isabel II, prestes a completar 95 anos, passou o dia de ontem a ter discussões de emergência com os príncipes Carlos e William. A pressão para divulgar um comunicado é grande e fontes do palácio descrevem um ambiente de “intenso choque pessoal e tristeza”. O palácio apenas foi informado que a entrevista ia acontecer no último mês e vinha desde então a preparar-se para o pior. De acordo com a mesma publicação, funcionários da casa real ficaram acordados até às 03h na madrugada de segunda para ver a entrevista, a qual foi vista com “uma crescente sensação de horror e tristeza”.

Enquanto isso, reações à polémica entrevista sucedem-se. São exemplo as declarações de Zac Goldsmith, do Partido Conservador, do qual Boris Johnson é presidente, que defendeu no Twitter que Harry fez explodir a sua própria família.

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Mais recente é a entrevista que Thomas Markle, pai de Meghan, deu ao programa “Good Morning Britain”, onde acusou a filha de se ter afastado da família e onde ameaçou que, na falta de resposta dos Sussex, vai comunicar a falar à imprensa.

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Na entrevista com Oprah, que certamente ficará para a história, os duques de Sussex acusaram um membro não identificado da família real de racismo, alegando discussões internas sobre o quão escura seria a pele de Archie, e defenderam a ideia de que deixaram o Reino Unido também devido ao racismo, afirmando ainda que a “Firma” falhou Meghan perante as suas fragilidades psicológicas. Entretanto, Oprah deixou claro que a rainha e o marido não foram os responsáveis pelas declarações racistas.

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Se Boris Johnson recusou comentar as alegações de racismo contra a família real, afirmando apenas ter “a mais alta admiração pela rainha”, Hillary Clinton acusou os media britânicos de uma “crueldade ultrajante” tendo em conta a forma como tratam Meghan. Já a Casa branca elogiou a “corajosa” conversa dos duques de Sussex, enfatizando a importância da saúde mental.

© misanharriman/Instagram

Ainda na segunda-feira, menos de 24 horas após a emissão da entrevista, Misan Harriman, o mesmo fotógrafo responsável pela sessão fotográfica através do qual os duques de Sussex anunciaram a nova gravidez, partilhou mais uma fotografia do casal debruçado sobre a barriga de Meghan, que está à espera de uma menina.

Os restantes membros da família real também não têm parado, embora ainda não haja uma reação ao assunto do momento. Esta terça-feira, Carlos foi pela primeira vez visto em público após a conversa entre os Sussex e Oprah, sendo fotografado em Londres no decorrer de uma visita a uma clínica de vacinação em formato pop-up do Serviço Nacional de Saúde britânico. Questionado sobre a polémica entrevista, o príncipe de Gales, de máscara, permaneceu em silêncio. No dia anterior foi a vez de Kate Middleton marcar o Dia da Mulher, 8 de março, através de uma conversa com Jasmine Harrison, a mulher mais jovem a cruzar o Oceano Atlântico a remo. A mesma data foi assinalada por Camilla na respetiva conta de Twitter, onde há também uma alusão ao dia da Commonwealth.