O epidemiologista Manuel Carmo Gomes afirma que “não existe evidência de que os professores apresentem maior risco de exposição do que alguns outros grupos profissionais que também têm pedido para o seu caso ser tido em consideração”. Depois de o Governo ter incluído os docentes nos grupos prioritários para a vacinação, em consequência do regresso às aulas presenciais, o especialista explica, em declarações do Expresso, que não há razões para que tal aconteça.

Carmo Gomes começa por lembrar que esta decisão “não é uma recomendação da comissão técnica da vacinação contra a Covid-19”, já que, além de não haver evidência do maior risco de exposição, “também não existe evidência de que os professores tenham maior risco de doença grave e morte do que as patologias consideradas para a 2ª fase de vacinação”.

O processo de vacinação dos funcionários das escolas e professores deve abranger cerca de 200 mil trabalhadores, a começar com mais de 46 mil pessoas que trabalham no pré-escolar e no 1.º ciclo, entre finais do mês de março e início de abril. Nesta altura, os grupos prioritários — todas as pessoas com mais de 80 anos e as que têm entre 50 e 79 anos com doenças consideradas de risco — ainda não vão estar totalmente vacinados e a escassez de vacinas divide especialistas sobre este passo nas escolas.

Segundo o semanário, ainda faltam vacinar 500 mil pessoas dos grupos de risco. Esta semana, apesar de garantir que “não se pode calcular o futuro ao ritmo do primeiro trimestre”, o coordenador do task force do plano de vacinação, Henrique Gouveia e Melo, referiu que até ao final de março deveremos ter 2,3 ou 2,4 milhões de vacinas e no segundo trimestre deveremos ter 9 milhões, além do meio milhão de vacinas que deve chegar na última semana de março.

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