Depois de ter sido lançada para iOS, a aplicação Presidencia.pt já está disponível para o sistema operativo Android. Além de um novo site, esta é uma das novidades apresentadas por Marcelo Rebelo de Sousa para o segundo mandato como Presidente da República, tal como noticiou o Observador. A app começou a ser criada pela Presidência quando ainda nem se sabia se Marcelo ia concorrer às últimas eleições e acabou por ser lançada já com Marcelo reeleito. De forma intuitiva, a app permite acompanhar as mais recentes notícias do Comandante Supremo das Forças Armadas e até mandar mensagens ao Presidente. Explicamos como surgiu e como funciona.

Marcelo 2.0: Presidente tem novo site, app com notificações e Twitter oficial

Como explicou a Presidência da República ao Observador, à semelhança do site, esta app é uma plataforma pensada para próximos Presidentes da República, isto se assim o entenderem. Ou seja, a ideia da aplicação foi seguir a lógica do site da Presidência, que é: quando um novo Presidente da República ocupa o cargo tem já uma infraestrutura para poder utilizar, alterar e, depois, deixar para quem o substituirá. Exemplo disso são os sites dos ex-presidentes Jorge Sampaio ou Aníbal Cavaco Silva, que foram arquivados aqui e aqui, respetivamente, e serviram de base para o que hoje existe, até para esta nova app.

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Na prática, esta aplicação utiliza as funcionalidades extra que as aplicações móveis permitem — como notificações, também conhecidas como “push notifications” — e oferece uma interface mais amiga dos telemóveis do que aquilo que se pode ver através de um browser na internet, como o Google Chrome ou o Safari. Uma das preocupações da Presidência foi essa mesmo, explica: tornar as plataformas mais fáceis de usar a partir de smartphones.

Assim, esta app não é apenas uma transposição dos conteúdos do novo site de Marcelo Rebelo de Sousa. Com o site “tentou-se chegar à mesma informação por caminhos diferentes”. Ou seja, de forma mais intuitiva e tendo em conta que é uma utilização sempre através de um browser. Já com a app, por ser uma interface própria, optou-se por uma utilização ainda mais “simples”. Como explica a Presidência, “a app vai beber ao site” os mesmos conteúdos: se uma notícia está no site, também aparecerá na app, por outra palavras. A diferença é que está num formato diferente.

[Veja, na fotogaleria abaixo, mais imagens da app do Presidente da República]

8 fotos

Contudo, este software funciona sempre, à semelhança de outras aplicações, numa lógica de “complementaridade” com o site principal. Isto significa que, por vezes, ao carregar numa opção na app — como, por exemplo, a hiperligação do museu da Presidência da República –, o utilizador é direcionado automaticamente para um site que é aberto pelo browser do seu smartphone.

A ideia de criar esta app foi responsabilidade da Presidência da República e foi “sendo construída ao longo do tempo”, ainda no primeiro mandato de Marcelo Rebelo de Sousa. A aplicação saiu esta semana apenas para o sistema operativo iOS, da Apple, mas nesta sexta-feira chegou aos Android. A diferença temporal aconteceu apenas por uma questão logística: ao contrário do Android, da Google, a Apple permite que quem crie apps consiga controlar o momento em que esta é disponibilizada na App Store (a loja de aplicações digitais do iOS). No caso da Play Store, a loja de apps da Google, esse momento de lançamento não é inteiramente controlado pelos criadores. Aconteceu o mesmo, por exemplo, com a app de rastreio à Covid-19 StayAwayCovid.

Apesar destas questões logísticas, a Presidência da República garante que as duas versões foram submetidas para aprovação e publicação nas lojas ao mesmo tempo. Quanto ao lançamento para lojas de apps noutros sistemas operativos móveis, como a dos smartphones da Huawei, que não podem usar a Play Store, ainda não há perspetiva de lançamento. Até porque, justifica a Presidência, quando a app começou a ser criada, este sistema não existia.

Neste início, o foco da app Presidencia.pt é funcionar a 100% no sistemas dominantes no mercado, que são o Android e o iOS. Ou seja, permitir que os cidadãos possam ter as tais push notifications, de notícias, algo que apenas as aplicações próprias permitem de forma fluida nos smartphones. Mesmo assim, isso não implica que não estejam a ser preparadas alterações ou novidades no futuro — até porque, como é comum no início deste tipo de apps, ainda poderá ser possível encontrar pequenos bugs (erros informáticos). Quanto a futuras funcionalidades, “existem várias ideias”, assume Presidência. Quais? Resta esperar e ver como será a aceitação e utilização desta nova aplicação.

Como funciona a app do Presidente da República?

A aplicação da Presidência é uma aplicação simples. Não tem jogos ou controlo de GPS. Mesmo para se ver os vídeos disponibilizados, a a aplicação direciona o utilizador para o YouTube, o local digital onde agora estão alojados. No entanto, não é por isso que esta não é uma app útil. Como é possível ver na página da aplicação na loja para iOS, esta está na secção das notícias. E isso é o principal que oferece: dar a conhecer o que o Presidente anda a fazer. Além disso, tem outras funcionalidades.

Quando o utilizador abre a aplicação surgem várias notícias sobre o Presidente num modo “cascata infinita” — ou “infinite scroll” [“deslizar infinito”, em português]. Ou seja, e à semelhança de apps como, por exemplo, a do Observador, o utilizador pode deslizar o dedo para baixo para continuar a ver, quase que de forma “infinita”, novas notícias, estando as mais relevantes ou recentes no topo.

A partir desta página inicial é possível carregar nas notícias, o que faz abrir uma nova página. Depois, à semelhança da versão mobile do site da Presidencia, é possível ler o conteúdo ou partilhar através da plataforma que o utilizador pretender.

Sempre que o utilizador desliza para o topo de uma página, seja na página inicial ou nestas sub-páginas, no canto inferior direito existe um ícone que permite abrir o menu da app. Neste, é possível aceder ao diretório da aplicação, que é, por ordem:

  • “O Presidente”, onde, carregando, se mostra uma imagem do atual Presidente da República, a biografia e outras imagens do Chefe de Estado;
  • “Últimas Notícias”, que permite aceder à tal página inicial de abertura da app com as notícias sobre o Presidente;
  • “Agenda”, que, como diz o nome, mostra a agenda pública diária do Comandante Supremo das Forças Armadas;
  • “Multimédia”, que permite ver fotografias de eventos oficiais e ser direcionado para vídeos oficiais no YouTube sobre o que Marcelo Rebelo de Sousa anda ou andou a fazer;
  • “Guardados”, uma secção onde ficam guardadas as notícias que o utilizador quis aí salvar;
  • E, por fim, “Contactos”, a secção para entrar em contacto com a Presidência da República.

Damos destaque a esta última secção porque, além de mostrar a morada física e o endereço digital do Presidente da República, permite uma certa forma de interação. Carregando no ícone “Contacte a Presidência”, o utilizador é direcionado para a página de contactos do site oficial do Chefe de Estado. Nesta, qualquer cidadão ou pessoa coletiva, pode deixar uma mensagem até cinco mil caracteres para o Presidente da República. Basta dar os dados principais, como nome, email ou contacto telefónico, e escolher o motivo do contacto, que pode ser desde um “Pedido de Ajuda” ou “Queixa” a uma “Visita ao Palácio” ou um genérico “Outro [tema]”. Depois, basta escrever o que considera útil ou precisa que o Presidente saiba.