Há um ano tudo isto pareceu quase um proforma: 2020 foi o ano em que uma só pessoa, uma rapariga com 18 anos acabados de fazer — de seu nome Billie Eilish — fez dos prémios Grammy a sua festa pessoal, juntando ao gramofone de melhor “novo artista”, ou artista revelação, vitórias nas três categorias generalistas mais desejadas daqueles que são também conhecidos como os Óscares da indústria musical: “Canção do Ano”, “Álbum do Ano” e “Gravação do Ano”.
Em 2021 tudo era diferente, tudo estava mais imprevisível. E não só porque entretanto o mundo e a indústria musical depararam-se com uma pandemia mundial — que levou a que estes Grammys acontecessem de forma diferente, decorrendo como habitual na arena Staples Center, em Los Angeles, este ano apresentados pela primeira vez pelo humorista Trevor Noah, mas com nomeados a receberem os seus prémios num palco exterior e ao ar livre (com mesas distanciadas na assistência) e com as atuações ora gravadas ora a decorrerem ao vivo sem os espectadores habituais, sendo transmitidas pela televisão.
Na lista de nomeados quem se destacava era Beyoncé Knowles, com um total de nove nomeações, mas era já certo que não aconteceria com Beyoncé o que aconteceu no ano anterior — um só artista vencer as três categorias principais — dado que a mais experiente das irmãs Knowles (Solange, a outra artista do clã familiar, tem já um gramofone em casa) não estava nomeada para “Melhor Álbum do Ano”.
Para encontrar um nome que pudesse repetir o feito alcançado por Billie Eilish no ano anterior, vencendo as três grandes categorias generalistas, só um nome surgia como minimamente plausível: Dua Lipa, que concorria com o disco Future Nostalgia na categoria “Álbum do Ano” e com o tema “Don’t Start Now” nas categorias de “Canção do Ano” e “Gravação do Ano”. Era a única nomeada para as três categorias principais. Mas a concorrência era forte, nomeadamente:
- de Taylor Swift (com o mesmo número de nomeações de Lipa para estes Grammys, 6), que concorria para “Álbum do Ano” com Folklore
- da mesma Taylor Swift (“Cardigan”), de Beyoncé (“Black Parade”) e de Billie Eilish (“Everything I Wanted”) na categoria “Canção do Ano”
- e de Beyoncé (em dose dupla: com “Black Parade” e com “Savage”, esta última em parceria com Megan Thee Stallion), Billie Eilish (“Everything I Wanted”) e talvez até dos Black Pumas (“Colors”) na categoria “Gravação do Ano”
Uma coisa ficara clara antes mesmo da cerimónia: a predominância de mulheres entre os principais nomeados e entre os favoritos a vencer as grandes categorias da edição deste ano dos Grammys, somada às vitórias de Billie Eilish no ano anterior, mostrava que os tempos em que os homens dominavam a indústria musical já pertencem ao passado. Pelo menos até prova em contrário.
Uma noite de recordes para Taylor Swift e Beyoncé
A noite confirmou que os grandes prémios tinham mesmo como destino compositoras e intérpretes femininas. O Grammy de “Álbum do Ano” foi para Taylor Swift e o seu Folklore, um disco em que a estrela da pop e da country-pop apresenta canções mais íntimas e melancólicas, menos efusivas e menos dançantes, mais “clássicas” e elegantes no seu cruzamento entre a pop, a indie-folk e o indie-country — com a ajuda de Jack Antonoff (produtor que já trabalhara com Swift e que também colaborou muito na composição destas canções) e de Aaron Dessner, produtor e músico da banda de indie-rock The National.
A vitória de Taylor Swift na categoria “Melhor Álbum do Ano” dificilmente será alvo de grande contestação — nenhum outro disco nomeado conciliou tanto uma popularidade estrondosa, algo habitualmente tido em grande conta nestes prémios, com elogios de críticos de música e publicações de media, embora Future Nostalgia de Dua Lipa fosse um concorrente sério. Nem o popular After Hours do canadiano The Weeknd, que se indignou por não ter tido nomeações (o que surpreendeu quase todos os analistas), teve mais aclamação crítica no campeonato pop.
Taylor Swift recebeu assim o seu terceiro Grammy de “Álbum do Ano” depois de ter vencido há 11 anos (em 2010) o primeiro com o disco Fearless, o segundo da sua discografia, e de há cinco anos (em 2016) ter sido distinguida com 1989, o seu 5º álbum. Folklore, o recém-premiado, foi o oitavo e apesar de ter saído apenas no ano passado já teve um sucessor intitulado Evermore. Mas foi este disco que tornou Taylor Swift a primeira mulher a vencer por três vezes a categoria “Álbum do Ano” dos Grammys, que têm 62 anos de existência.
A coqueluche da pop que em tempos cantava “Shake It Off”, e que parece ter levado agora a sua música para uma sonoridade menos alegre e mais densa e solene, foi uma das grandes vencedoras de uma edição dos prémios Grammy que mostrou que a indústria musical e a pop dos EUA estão cada vez mais impregnadas de hip-hop, “R&B progressivo” (como a Academia chama ao novo rhythm and blues e à neosoul) e música negra em geral: ao longo da cerimónia atuaram Black Pumas, Da Baby, Anderson .Paak e Bruno Mars, Brittany Howard, Megan Thee Stallion, Cardi B, Lil Baby, Doja Cat e Roddy Rich.
Outra das vencedoras da noite foi Billie Eilish, que ganhou na importante categoria “Gravação do Ano” e que dedicou o prémio a outra das nomeadas, que segundo Eilish o “merecia”: Megan Thee Stallion — que por sua vez venceu nas categorias de “Melhor Novo Artista”, de “Melhor Performance de Rap” e “Melhor Canção Rap”. “Megan, miúda… ia escrever um discurso sobre como tu merecias isto mas achei que não havia maneira de escolherem… Tu mereces isto. Tiveste um ano que acho que é insuperável. És uma rainha, és tão linda e talentosa, mereces tudo no mundo. Genuinamente isto vai para ela, [interpelando os presentes] podemos simplesmente aplaudir a Megan Thee Stallion?”, apontou Billie Eilish.
Também sorridente saiu H.E.R. (que é como quem diz: Gabriella Sarmiento Wilson), cuja vitória na categoria “Melhor Canção” com um tema muito centrado na luta pela igualdade racial e na denúncia de violência racial e policial intitulado “I Can’t Breathe” — superando as favoritas “Everything I Wanted” de Billie Eilish, “Don’t Start Now” de Dua Lipa e “Black Parade” de Beyoncé — foi inesperada.
Menos feliz terá saído Dua Lipa, que tinha sido nomeada para seis categorias mas que não venceu em nenhuma das principais (e só levou para casa um gramofone).
Já Beyoncé, que ganhou três estatuetas, teve uma noite agridoce: por um lado não venceu nenhuma das categorias principais para as quais estava nomeada, por outro tornou-se este domingo à noite (madrugada em Portugal) a mulher com mais Grammys na história dos prémios que começaram a ser atribuídos em 1959. Tem agora 28 gramofones conquistados, mais um do que a anterior recordista Alison Krauss.
Os outros vencedores e os prémios póstumos a Chick Corea e John Prine
Num prémio com perto de 70 categorias houve, é claro, outros vencedores. Nos prémios referentes à música pop, Dua Lipa foi considerada merecedora da distinção de “Melhor Álbum de Pop Vocal” pelo seu disco Future Nostalgia. Suplantou, assim, a concorrência de Lady Gaga, Justin Bieber (que se queixara quando foi nomeado que o seu Changes era um disco de R&B, ou R&B Progressivo, não de “pop”), Harry Styles e Taylor Swift.
Já na categoria “Melhor Performance Pop a Solo”, o gramofone foi para Harry Styles, que viu premiada a sua canção “Watermelon Sugar” (que cantou ao vivo no arranque da cerimónia). Lady Gaga e Ariana Grande conquistaram o prémio de “Melhor Performance Pop em Duo/grupo” com o tema “Rain on Me” — superando temas como o elegante “Exile” de Taylor Swift & Bon Iver ou o viciante e popularíssimo “Un Dia (One Day)” (J. Balvin, Dua Lipa, Bad Bunny & Tainy) — e James Taylor o de “Melhor Álbum de Pop Tradicional”, categoria para a qual também estava nomeado Rufus Wainwright com o disco Unfollow the Rules.
Na música eletrónica e de dança, o tema “10%” de Kaytranada e Kali Uchis foi considerado “Melhor Gravação” (“My High”, de Disclosure, Aminé e Slowthai, também teria à partida boas hipóteses de ganhar) e Bubba, do mesmo Kaytranada, foi eleito “Melhor Álbum”.
Sucesso tiveram também, no rock, Fiona Apple (“Melhor Performance”, com a canção “Shameika”) — que também ganhou “Melhor Álbum de Música Alternativa” pelo disco Fetch The Bolt Cutters —, os The Strokes (“Melhor Álbum”, com The New Abnormal) e Brittany Howard (“Melhor Canção”, por “Stay High”). E no R&B destacaram-se Ledisi e a sua “Anything For You” (“Melhor Performance de R&B Tradicional”), Thundercat e o seu It Is What It Is (“Melhor Álbum de R&B Progressivo), Robert Glasper, H.E.R. e Meshell Ndegeocello (“Melhor Canção de R&B” pelo tema “Better Than I Imagined”) e John Legend com o seu disco Bigger Love (“Melhor Álbum de R&B”).
No rap, Megan Thee Stallion e Beyoncé ganharam na categoria “Melhor Performance” e “Melhor Canção” (“Savage”) e Nas venceu o seu primeiro Grammy, conquistando a categoria “Melhor Álbum” (disco King’s Disease). Já Kanye West foi o vencedor do “Melhor Álbum de Música Cristã Contemporânea” devido a Jesus is King. Burna Boy foi o grande vencedor da nova categoria global music (com o disco Twice As Tall), Bad Bunny levou para casa um Grammy referente a música latina e Billie Eilish ganhou um gramofone pela escrita do tema título de “No Time To Die”, o próximo filme da saga 007.
O pianista e teclista Chick Corea ganhou dois Grammys póstumos nas categoria Melhor Solo Improvisado de Jazz (atribuído pela sua prestação no tema “All Blues”) e Melhor Álbum de Jazz Instrumental (Trilogy 2, gravado com dois parceiros mais jovens mas de luxo: Chistian McBride e Brian Blade). O mesmo número de Grammys, também póstumos, venceu John Prine, nas categorias “Melhor Performance de Música de Raiz Americana” e “Melhor Canção de Raiz Americana” (por “I Remember Everything”). Pode consultar a lista de vencedores mas também de nomeados no final deste artigo.
https://www.youtube.com/watch?v=Cmz5fRI0pWY
Uma noite marcada pelo (anti-)racismo
O racismo e as tensões raciais não são uma discussão recente nos Estados Unidos da América — e as feridas históricas do racismo, da escravatura e da segregação racial continuam bem presentes — mas o crescimento do movimento “Black Lives Matter” nos últimos anos, os relatos e as acusações de violência policial desproporcionada sobre negros e a morte brutal de George Floyd em maio do ano passado, asfixiado pelo joelho de um polícia norte-americano, foram as acendalhas de uma fogueira chamada Grammys 2021.
As tensões e os apelos por igualdade racial foram notórios ao longo da cerimónia. Por um lado, a própria Academia que organiza e entrega os prémios pareceu ter em atenção não só a representatividade da comunidade negra entre os artistas que atuaram ao longo da noite como premiou várias canções que refletem as discussões vigentes sobre racismo na sociedade americana.
A cantora H.E.R., por exemplo, venceu na categoria “Melhor Canção” com uma tema chamado “I Can’t Breathe” — um slogan e grito de protesto do movimento Black Lives Matter e um eco das últimas palavras de Eric Garner e de outros americanos negros que morreram quando estavam sob custódia policial, como Manuel Ellis.
Quando recebeu o prémio, no palanque instalado perto da arena de Los Angeles Staples Center, a intérprete do tema tinha a seu lado Tiara Thomas (com quem o escreveu) e disse que não imaginou que o seu “medo” e a sua “dor” vertidos na canção tivessem tanto “impacto” e fossem possíveis catalisadores de “mudança” quando escreveu “I Can’t Breathe”. E acrescentou: “Estou muito grata e quero agradecer a Deus por dar-me o dom de uma voz e uma caneta e de me usar como um veículo para mudanças”, assumindo ter escrito a canção sozinha no seu quarto em casa da mãe e contando que o pai foi a primeira pessoa a quem a mostrou, tendo este ficado “em lágrimas”.
Somos a mudança que gostaríamos de ver. Aquela luta que tivemos no verão de 2020 [os protestos depois da morte de George Floyd], mantenhamos essa mesma energia. Obrigado”, rematou.
Minutos antes deste discurso, porém, a CBS — estação que transmitiu originalmente a cerimónia nos EUA (em Portugal foi transmitida pela SIC Caras) — mostrara imagens da reação do cantor, músico, rapper e compositor Anderson .Paak à distinção que lhe fora atribuída de “Melhor Performance de Rap Melódico” nesta edição dos prémios.
O Grammy recebido por Anderson .Paak deveu-se à canção “Lockdown”, que se superiorizou a “Rockstar” (DaBaby & Roddy Ricch), “Laugh Now, Cry Later” (Drake & Lil Durk), “The Box” (Roddy Ricch) e “Highest in the Room (Travis Scott), os restantes temas nomeados.
É uma canção em que .Paak reflete não apenas sobre a pandemia mas também sobre o assassinato de George Floyd, sobre os protestos que se espalharam como pólvora pelos Estados Unidos da América e sobre a reação de “privilegiados” que são capazes de ficar em silêncio perante mortes como a de Floyd mas são depois muito lestos a condenar os atos de vandalismo que uma minoria de manifestantes (a maioria dos quais, pacíficos) comete. Sem se alongar muito, Anderson .Paak dedicou a vitória e a canção a “todos os seres humanos que têm uma voz” e pediu-lhes: “Não tenham medo de a usar”.
Mais tarde seria Beyoncé a falar, após receber um Grammy por “Black Parade”, também este um tema relacionado com as tensões raciais nos EUA: “Tem sido um tempo tão difícil. Por isso, quero erguer as pessoas, encorajá-las e celebrar todos os reis e rainhas negros e estupendos que me inspiram”.
A atenção à importância da diversidade racial foi ainda notada num segmento de tributo a algumas das melhores cantoras e compositoras femininas de música country do presente. A organização do prémio convidou Mickey Guyton, a primeira mulher negra a ser nomeada numa categoria country (género profundamente tradicional e de raiz americana) enquanto artista a solo, a cantar o tema “Black Like Me”, um lamento sobre uma América que tarda em mudar e sobre a dureza adicional para a vida que advém de se ser negro nos EUA. Cantou Mickey Guyton, em horário nobre e no palco dos Grammys:
Oh now, now I’m all grown up, and nothing has changed
Yeah, it’s still the same
It’s a hard life on easy street
Just white painted picket fences far as you can see
If you think we live in the land of the free
You should try to be black like me
Nenhuma atuação, porém, foi tão fortemente inspirada nas discussões em torno da violência policial sobre negros e do racismo quanto a de Lil Baby. O rapper e cantor de Atlanta, de 26 anos, cantou o seu tema “Bigger Picture” — revelado pouco depois da morte de George Floyd e que importa para um subgénero musical do hip-hop mais hedonista e festivo, o trap, palavras de protesto e crítica social — com pompa e circunstância.
O apresentador Trevor Noah avisara anteriormente (e por duas vezes) que seria uma atuação memorável e assim foi. Esta espécie de atuação-videoclip começou com a voz do escritor e ativista James Baldwin em fundo, aludiu à morte de Rayshard Brooks em Atlanta e incluiu figuras como Killer Mike, rapper dos Run The Jewels que juntou versos novos ao tema, o ator e ativista Kendrick Sampson e a ativista Tamika Mallory, que organizou uma marcha feminina em 2017 nos EUA. Encenou-se o lançamento de um cocktail molotov a um edifício, simulou-se a tensão existente em polícias de intervenção estarem frente a frente com manifestantes (uma simulação dos protestos de 2020), criou-se uma cena em que dois polícias detinham e algemavam um condutor negro para depois o alvejarem a tiro quando este escapava e ouviam-se palavras de Tamika Mallory direcionadas ao Presidente Joe Biden:
Presidente Biden, exigimos justiça, igualdade, políticas e tudo o mais que a liberdade comporta e exige.”
Lil Baby’s Full Grammy Performance ????????#Grammys https://t.co/mIAZVCGWpO
— ???????????????????? ???? (@ZONE23WORLD) March 15, 2021
Além de Lil Baby, foram muitos os artistas que atuaram na noite dos Grammys. Harry Styles cantou “Watermelon Sugar”, Billie Eilish “Everything I Wanted” e as Haim o tema “The Steps” (numa muito elogiada versão ao vivo).
Os Black Pumas cantaram “Colors”, o rapper e cantor Da Baby e Roddy Ricch interpretaram “Rockstar” e Bad Bunny trouxe reggaeton latino aos Grammys. Já Dua Lipa, que prometia ser uma das vencedoras da noite (acabou por não ser), cantou “Levitating” e “Don’t Start Now”, antes de Anderson .Paak e Bruno Mars mostrarem ao vivo a nova canção (“Leave The Door Open”) do projeto a dois que lançaram, os Silk Sonic.
Taylor Swift, a vencedora do “Álbum do Ano”, cantou e tocou “Cardigan” e “willow” na companhia de Jack Antonoff e Aaron Dessner e Bruno Mars e Anderson .Paak voltaram ao palco para homenagear o falecido Little Richard com uma versão potente de “Long Sally”. Tributos semelhantes fizeram Lionel Richie a Kenny Rodgers (cantou “Lady” antes de terminar dizendo: “Tenho saudades tuas, Kenny”) e Brandi Carlile a John Prine (interpretando só com guitarra acústica e voz o tema “I Remember Everything”).
Houve ainda oportunidade para se ouvir um novo duo composto por Brittany Howard (Alabama Shakes) e Chris Martin (Coldplay), que interpretaram “You’ll never walk alone” (Brittany na voz, Martin no piano) e o segmento country que teve Mickey Guyton mas também Miranda Lambert e Mareen Morris (esta última na companhia do guitarrista John Mayer).
Pelo palco passaram ainda Megan Thee Stallion e Cardi B (ouviu-se “Savage”, “Body”, “Up” e, pela primeira vez em televisão, a sexualizada “WAP”), Post Malone (cantou “Circles”, incluída no seu mais recente disco), Doja Cat (“Say So”), BTS (“Dynamite”) e Roddy Ricch (“Heartless” e “The Box”).
O palco dado às salas independentes que estão de portas fechadas
Talvez não se esperasse dos Grammys, prémios da música mainstream por excelência, grande palco das celebridades da pop americana, uma grande atenção ao circuito independente de música ao vivo e às salas de concertos de menor dimensão — longe das arenas, dos grandes pavilhões e dos estádios que albergam grandes concertos — que sustentam o crescimento dos artistas. Mas, surpreendam-se os céticos, isso aconteceu na noite de este domingo (madrugada em Portugal) da cerimónia dos Grammys.
O anúncio foi feito cedo pelo apresentador da cerimónia, Trevor Noah, que enquadrou o destaque explicando que os “espaços independentes de música” dos EUA foram especialmente afetados pela pandemia e pela necessidade de encerrar provocada pela Covid-19. E ao longo da noite os prémios foram dados por gestores, funcionários e porta-vozes dessas salas, que antes de entregarem prémios explicavam a importância e o legado histórico dos seus palcos que viram nascer e crescer artistas.
Durante a cerimónia os espectadores ouviram falar da história do Station Inn em Nashville, no estado do Tennessee — um sítio por onde passou o músico de country Chris Stapleton, por exemplo, entre outros “grandes artistas” que ali começaram. Explicava JT Gray, o dono do espaço, que as “salas de maior dimensão podem aguentar a perda de receitas” mais facilmente mas que espaços como seu estavam asfixiados pelo longo tempo de encerramento — explicava-o antes de anunciar que a vencedor de “Melhor Álbum de Country” este ano era a cantora e compositora Miranda Lambert.
Os espectadores puderam ainda ouvir Rachelle Erratchu, a “gestora noturna” do Troubadour, em West Hollywood, um “sítio mágico” que leva a que “as pessoas falem de concertos que aconteceram aqui há 40 ou 50 anos”. Ou Billy Mitchell, o “senhor Apollo”, da histórica sala de espectáculos de Harlem The Apollo (cuja história é contada numa documentário que está disponível em Portugal), que recordou o convívio com o rei do funk James Brown e a exigência que Brown lhe fizera de que subisse as notas na escola para poder trabalhar ali.
O diretor de digressões do Apollo, sala que Trevor Noah dizia com humor ser “um dos sítios mais icónicos para os músicos tocarem e para os comediantes serem apupados para fora do palco”, leria o envelope que anunciava que as vencedoras da “Melhor Canção de Rap” desta edição dos Grammys eram Megan Thee Stallion e Beyoncé, com a segunda versão (em dupla) de “Savage”, um tema originalmente lançado pela primeira.
Consulte aqui a lista dos principais vencedores:
Gravação do Ano:
“Black Parade” — Beyoncé
“Colors” — Black Pumas
“Rockstar” —DaBaby Featuring Roddy Ricch
“Say So” — Doja Cat
“Everything I Wanted” — Billie Eilish
“Don’t Start Now” — Dua Lipa
“Circles” — Post Malone
“Savage” — Megan Thee Stallion Featuring Beyoncé
Álbum do Ano:
“Chilombo” — Jhené Aiko
“Black Pumas (Deluxe Edition)” — Black Pumas
“Everyday Life” — Coldplay
“Djesse Vol.3” — Jacob Collier
“Women in Music Pt. III” — HAIM
“Future Nostalgia” — Dua Lipa
“Hollywood’s Bleeding” — Post Malone
“Folklore” — Taylor Swift
Canção do Ano:
“Black Parade” — Beyoncé
“The Box” — Roddy Ricch
“Cardigan” — Taylor Swift
“Circles” — Post Malone
“Don’t Start Now” — Dua Lipa
“Everything I Wanted” — Billie Eilish
“I Can’t Breathe” — H.E.R.
Melhor Novo Artista:
Ingrid Andress
Phoebe Bridgers
Chika
Noah Cyrus
D Smoke
Doja Cat
Kaytranada
Megan Thee Stallion
Melhor Álbum de Pop Vocal:
“Changes” — Justin Bieber
“Chromatica” — Lady Gaga
“Future Nostalgia” — Dua Lipa
“Fine Line” — Harry Styles
“Folklore” — Taylor Swift
Melhor Performance Pop a Solo:
“Yummy” — Justin Bieber
“Say So” — Doja Cat
“Everything I Wanted” — Billie Eilish
“Don’t Start Now” — Dua Lipa
“Watermelon Sugar” — Harry Styles
“Cardigan” — Taylor Swift
Melhor Performance Pop em Duo/Grupo:
“Un Dia (One Day)” J Balvin, Dua Lipa, Bad Bunny & Tainy
“Intentions” — Justin Bieber & Quavo
“Dynamite” — BTS
“Rain on Me” — Lady Gaga & Ariana Grande
“Exile” — Taylor Swift & Bon Iver
Melhor álbum de pop tradicional:
“Blue Umbrella” — Burt Bacharach & Daniel Tashian
“True Love: A Celebration of Cole Porter” — Harry Connick, Jr.
“American Standard” — James Taylor
“Unfollow the Rules” — Rufus Wainwright
“Judy” — Renée Zellweger
Melhor Gravação de Música de Dança:
“On My Mind” — Diplo & Sidepiece
“My High” — Disclosure ft. Aminé & Slowthai
“The Difference” — Flume ft. Toro Y Moi
“Both of Us” — Jayda G
“10%” — Kaytranada % Kali Uchis
Melhor Álbum de Música de Dança/Eletrónica:
“Kick” — I Arca
“Planet’s Mad” — Baauer
“Energy” — Disclosure
“Bubba” — Kaytranada
“Good Faith” — Madeon
Melhor Álbum Instrumental Contemporâneo:
“Axiom” — Christian Scott Atunde Adjuah
“Chronology of a Dream: Live At The Village Vanguard” — Jon Batiste
“Take the Stairs” — Black Violin
“Americana Grégoire” — Maret, Romain Collin & Bill Frisell
“Live at the Royal Albert Hall” — Snarky Puppy
Melhor Performance Rock:
“Shameika” — Fiona Apple
“Not” — Big Thief
“Kyoto” — Phoebe Bridgers
“The Steps” — HAIM
“Stay High” — Brittany Howard
“Daylight” — Grace Potter
Melhor Performance de Metal:
“Bum-Rush” — Body Count
“Underneath” — Code Orange
“The In-Between” — In This Moment
“Bloodmoney” — Poppy
“Executioner’s Tax (Swing Of The Axe) – Live” — Power Trip
Melhor Álbum de Rock:
“A Hero’s Death” — Fontaines D.C.
“Kiwanuka” — Michael Kiwanuka
“Daylight” — Grace Potter
“Sound & Fury” — Sturgill Simpson
“The New Abnormal” — The Strokes
Melhor Canção de Rock:
“Kyoto” — Phoebe Bridgers, Morgan Nagler & Marshall Vore, Songwriters (Phoebe Bridgers)
“Lost in Yesterday” — Kevin Parker, Songwriter (Tame Impala)
“Not” — Adrianne Lenker, Songwriter (Big Thief)
“Shameika” — Fiona Apple, Songwriter (Fiona Apple)
“Stay High” — Brittany Howard, songwriter (Brittany Howard)
Melhor Álbum de Música Alternativa:
“Fetch the Bolt Cutters” — Fiona Apple
“Hyperspace” — Beck
“Punisher” — Phoebe Bridgers
“Jaime” — Brittany Howard
“The Slow Rush” — Tame Impala
Melhor Performance de R&B Tradicional:
“Sit On Down” — The Baylor Project Featuring Jean Baylor & Marcus Baylor
“Wonder What She Thinks of Me” — Chloe X Halle
“Let Me Go” — Mykal Kilgore
“Anything For You” — Ledisi
“Distance” — Yebba
Melhor Álbum de R&B Progressivo:
“Chilombo” — Jhené Aiko
“Ungodly Hour” — Chloe X Halle
“Free Nationals” — Free Nationals
“F*** Yo Feelings” — Robert Glasper
“It Is What It Is” — Thundercat
Melhor Canção de R&B:
“Better Than I Imagined” —Robert Glasper Featuring H.E.R. & Meshell Ndegeocello
“Black Parade” —Beyoncé
“Collide” —Tiana Major9 & Earthgang
“Do It” – Chloe X Halle
“Slow Down” – Skip Marley & H.E.R.
Melhor Álbum de R&B:
“Happy 2 Be Here” — Ant Clemons
“Take Time” — Giveon
“To Feel Love/D” — Luke James
“Bigger Love” — John Legend
“All Rise” — Gregory Porter
Melhor Performance de Rap:
“Deep Reverence” — Big Sean Featuring Nipsey Hussle
“Bop” — DaBaby
“What’s Poppin” — Jack Harlow
“The Bigger Picture” — Lil Baby
“Savage” — Megan Thee Stallion Featuring Beyoncé
“Dior” — Pop Smoke
Melhor Álbum de Rap:
“Black Habits” — D Smoke
“Alfredo” — Freddie Gibbs & The Alchemist
“A Written Testimony” — Jay Electronica
“King’s Disease” — Nas
“The Allegory Royce” — Da 5’9″
Melhor Canção de Rap:
“The Bigger Picture” — Lil Baby
“The Box” — Roddy Ricch
“Laugh Now, Cry Later” — Drake Featuring Lil Durk
“Rockstar” —DaBaby Featuring Roddy Ricch
“Savage” — Megan Thee Stallion & Beyoncé
Melhor Performance de Rap Melódico:
“Rockstar” — DaBaby Featuring Roddy Ricch
“Laugh Now, Cry Later” — Drake Featuring Lil Durk
“Lockdown” — Anderson .Paak
“The Box” — Roddy Ricch
“Highest in the Room” — Travis Scott
Melhor álbum de country:
“Lady Like” — Ingrid Andress
“Your Life Is a Record” — Brandy Clark
“Wildcard” — Miranda Lambert
“Nightfall” — Little Big Town
“Never Will” — Ashley McBryde
Melhor Canção de Country:
“Bluebird” — Miranda Lambert
“The Bones” — Maren Morris
“Crowded Table” — The Highwomen
“More Hearts Than Mine” — Ingrid Andress
“Some People Do” — Old Dominion
Melhor Performance a Solo de Country:
“Stick That In Your Country Song” — Eric Church
“Who You Thought I Was” — Brandy Clark
“When My Amy Prays” — Vince Gill
“Black Like Me” — Mickey Guyton
“Bluebird” — Miranda Lambert
Melhor Performance Country em Grupo/Duo:
“All Night” — Brothers Osborne
“10,000 Hours” — Dan + Shay & Justin Bieber
“Ocean” — Lady A
“Sugar Coat” — Little Big Town
“Some People Do” — Old Dominion
Melhor Álbum de Música New Age:
“Songs From the Bardo” — Laurie Anderson, Tenzin Choegyal & Jesse Paris Smith
“Periphery” — Priya Darshini
“Form//Less” — Superposition
“More Guitar Stories” — Jim “Kimo” West
“Meditations” — Cory Wong & Jon Batiste
Melhor Álbum de Jazz Vocal:
“Ona” — Thana Alexa
“Secrets Are the Best Stories” — Kurt Elling Featuring Danilo Pérez
“Modern Ancestors” — Carmen Lundy
“Holy Room: Live at Alte Oper” — Somi With Frankfurt Radio Big Band
“What’s the Hurry” — Kenny Washington
Melhor Solo Improvisado de Jazz:
“Guinevere” — Christian Scott Atunde Adjuah
“Pachamama” — Regina Carter
Celia Gerald Clayton, Soloist
“All Blues” — Chick Corea
“Moe Honk” — Joshua Redman
Melhor Álbum de Jazz Instrumental:
“On The Tender Spot Of Every Calloused Moment” — Ambrose Akinmusire
“Waiting Game” — Terri Lyne Carrington and Social Science
“Happening: Live at the Village Vanguard” — Gerald Clayton
“Trilogy 2” — Chick Corea, Christian McBride & Brian Blade
“Roundagain” — Redman Mehldau McBride Blade
Melhor Álbum de Ensemble de Jazz:
“Dialogues on Race” — Gregg August
“Monk’estra Plays John Beasley” — John Beasley
“The Intangible Between” — Orrin Evans and the Captain Black Big Band
“Songs You Like A Lot” — John Hollenbeck with Theo Bleckmann, Kate Mcgarry, Gary Versace and the Frankfurt Radio Big Band
“Data Lords” — Maria Schneider Orchestra
Melhor Álbum de Jazz Latino:
“Tradiciones” — Afro-Peruvian Jazz Orchestra
“Four Questions” — Arturo O’farrill & The Afro Latin Jazz Orchestra
“City of Dreams” — Chico Pinheiro
“Viento Y Tiempo – Live At Blue Note Tokyo” — Gonzalo Rubalcaba & Aymée Nuviola
“Trane’s Delight” — Poncho Sanchez
Melhor Performance/Canção de Gospel:
“Wonderful Is Your Name” — Melvin Crispell III
“Release (Live)” — Ricky Dillard Featuring Tiff Joy; David Frazier, songwriter “Come Together” — Rodney “Darkchild” Jerkins Presents: The Good News; Lashawn Daniels, Rodney Jerkins, Lecrae Moore & Jazz Nixon, songwriters
“Won’t Let Go” — Travis Greene; Travis Greene, songwriter
“Movin’ On” — Jonathan McReynolds & Mali Music; Darryl L. Howell, Jonathan Caleb McReynolds, Kortney Jamaal Pollard & Terrell Demetrius Wilson, songwriters
Melhor Álbum de Gospel:
“2econd Wind: Ready” — Anthony Brown & Group Therapy
“My Tribute” — Myron Butler
“Choirmaster” — Ricky Dillard
“Gospel According to PJ” — PJ Morton
“Kierra” — Kierra Sheard
Melhor Álbum de Música Cristã Contemporânea:
“Run to the Father” — Cody Carnes
All of My Best Friends” — Hillsong Young & Free
“Holy Water” — We the Kingdom
“Citizen of Heaven” — Tauren Wells
“Jesus Is King” — Kanye West
Melhor Álbum de Gospel Tradicional:
“Beautiful Day” — Mark Bishop
“20/20” — The Crabb Family
“What Christmas Really Means” — The Erwins
“Celebrating Fisk! (The 150th Anniversary Album)” — Fisk Jubilee Singers
“Something Beautiful” — Ernie Haase & Signature Sound
Melhor Álbum de Pop Urbano ou Latino:
“YHLQMDLG” — Bad Bunny
“Por Primera Vez” — Camilo
“Mesa Para Dos” — Kany García
“Pausa” — Ricky Martin
“3:33” — Debi Nova
Melhor Álbum Latino de Música Rock ou Alternativa:
“Aura” — Bajofondo
“Monstruo” — Cami
“Sobrevolando” — Cultura Profética
“La Conquista Del Espacio” — Fito Paez
“Miss Colombia” — Lido Pimienta
Melhor Performance de Música de Raiz Americana:
“Colors” — Black Pumas
“Deep in Love” — Bonny Light Horseman
“Short and Sweet” — Brittany Howard
“I’ll Be Gone” — Norah Jones & Mavis Staples
“I Remember Everything” — John Prine
Melhor Canção de Música de Raiz Americana:
“Cabin” — Laura Rogers & Lydia Rogers, songwriters (The Secret Sisters)
“Ceiling to the Floor” — Sierra Hull & Kai Welch, songwriters (Sierra Hull)
“Hometown” — Sarah Jarosz, songwriter (Sarah Jarosz)
“I Remember Everything” — Pat McLaughlin & John Prine, songwriters (John Prine)
“Man Without a Soul” — Tom Overby & Lucinda Williams, songwriters (Lucinda Williams)
Melhor Álbum de Americana:
“Old Flowers” — Courtney Marie Andrews
“Terms of Surrender” — Hiss Golden Messenger
“World on the Ground” — Sarah Jarosz
“El Dorado” — Marcus King
“Good Souls Better Angels” — Lucinda Williams
Melhor Álbum de Bluegrass:
“Man On Fire” — Danny Barnes
“To Live in Two Worlds, Vol. 1” — Thomm Jutz
“North Carolina Songbook” — Steep Canyon Rangers
“Home” — Billy Strings
“The John Hartford Fiddle Tune Project, Vol. 1” (Various Artists)
Melhor Álbum de Blues Tradicional:
“All My Dues Are Paid” — Frank Bey
“You Make Me Feel” — Don Bryant
“That’s What I Heard” — Robert Cray Band
“Cypress Grove” — Jimmy “Duck” Holmes
“Rawer Than Raw” — Bobby Rush
Melhor Álbum de Blues Contemporâneo:
“Have You Lost Your Mind Yet?” — Fantastic Negrito
“Live at the Paramount” — Ruthie Foster Big Band
“The Juice” — G. Love
“Blackbirds” — Bettye Lavette
“Up and Rolling” — North Mississippi Allstars
Melhor Álbum de Folk:
“Bonny Light Horseman” — Bonny Light Horseman
“Thanks for the Dance” — Leonard Cohen
“Song for Our Daughter” — Laura Marling
“Saturn Return” — The Secret Sisters
“All the Good Times” — Gillian Welch & David Rawlings
Melhor Álbum de Reggae:
“Upside Down 2020” — Buju Banton
“Higher Place” — Skip Marley
“It All Comes Back to Love” — Maxi Priest
“Got to Be Tough” — Toots & the Maytals
“One World” — The Wailers
Melhor Álbum de Global Music:
“Fu Chronicles” — Antibalas
“Twice As Tall” — Burna Boy
“Agora” — Bebel Gilberto
“Love Letters” — Anoushka Shankar
“Amadjar” — Tinariwen
Melhor Álbum de Spoken Word:
“Acid for the Children: A Memoir” — Flea
“Alex Trebek – The Answer Is…” — Ken Jennings
“Blowout: Corrupted Democracy, Rogue State Russia, and the Richest, Most Destructive Industry on Earth” — Rachel Maddow
“Catch and Kill” — Ronan Farrow
“Charlotte’s Web (E.B. White)” — Meryl Streep (& Full cast)
Melhor Álbum de Comédia:
“Black Mitzvah” — Tiffany Haddish
“I Love Everything” — Patton Oswalt
“The Pale Tourist” — Jim Gaffigan
“Paper Tiger” — Bill Burr
“23 Hours to Kill” — Jerry Seinfeld
Melhor Banda Sonora (Compilação) para Media Visuais:
“A Beautiful Day in the Neighborhood” (Various Artists)
“Bill & Ted Face The Music” (Various Artists)
“Eurovision Song Contest: The Story Of Fire Saga” (Various Artists)
“Frozen 2” (Various Artists)
“Jojo Rabbit” (Various Artists)
Melhor Composição de Banda Sonora para Media Visuais:
“Ad Astra” — Max Richter
“Becoming” — Kamasi Washington
“Joker” — Hildur Guðnadóttir
“1917” — Thomas Newman
“Star Wars: The Rise of Skywalker” — John Williams
Melhor Canção Escrita para Media Visuais:
“Beautiful Ghosts [From Cats]” —Taylor Swift
“Carried Me With You [From Onward]” —Brandi Carlile
“Into the Unknown [From Frozen 2]” —Idina Menzel & Aurora
“No Time to Die [From No Time To Die]” — Billie Eilish
“Stand Up [From Harriet]” – Cynthia Erivo
Melhor Arranjo, Instrumento e Vozes:
“Asas Fechadas” — John Beasley & Maria Mendes, arranjo
“Desert Song” — Erin Bentlage, Sara Gazarek, Johnaye Kendrick & Amanda Taylor, arranjo
“From This Place” — Alan Broadbent & Pat Metheny, arranjo
“He Won’t Hold You” — Jacob Collier, arranjo (Jacob Collier ft Rapsody)
“Slow Burn” — Talia Billig, Nic Hard & Becca Stevens, arranjo
Produtor do Ano, Não-Clássico:
Jack Antonoff
Dan Auerbach
Dave Cobb
Flying Lotus
Andrew Watt
Melhor Gravação Remisturada:
“Do You Ever (Rac Mix)” — Rac, Remixer (Phil Good)
“Imaginary Friends (Morgan Page Remix)” — Morgan Page, Remixer (Deadmau5)
“Praying for You (Louie Vega Main Remix)” — Louie Vega, Remixer (Jasper Street Co.)
“Roses (Imanbek Remix)” — Imanbek Zeikenov, Remixer (Saint Jhn)
“Young & Alive (Bazzi Vs. Haywyre Remix)” — Haywyre, remixer (Bazzi)
Melhor Vídeo de Música:
“Brown Skin Girl” — Beyoncé
“Life Is Good” — Future Featuring Drake
“Lockdown” — Anderson .Paak
“Adore You” — Harry Styles
“Goliath” — Woodkid
Pode consultar a lista completa de vencedores aqui: