Sem oposição, o Senado norte-americano confirmou esta quinta-feira o veterano diplomata William Burns como director da CIA, dando-lhe o controlo da principal agência de informações de segurança, quando os EUA enfrentam ameaças da China, Rússia ou Irão.

A aprovação, por voto de voz, veio logo após o senador republicano do Texas Ted Cruz ter levantado a objeção que tinha colocado sobre a nomeação.

Burns é um antigo embaixador na Rússia e Jordânia que serviu no Departamento de Estado durante mais de 30 anos sob a presidências democratas e republicanas.

Na sua audiência de confirmação, em fevereiro, prometeu que entregaria informações “decobertas” à Casa Branca. Na mesma audiência, descreveu a China como o “maior teste geopolítico” aos Estados Unidos e disse que a Rússia, embora uma potência mundial em declínio, continua a ser uma ameaça “perturbadora e potente”.

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Esta semana, as agências de informação divulgaram uma avaliação mostrando que a Rússia e o Irão tinham procurado influenciar o resultado das eleições presidenciais norte-americanas de 2020, mas que a China não interferiu.

Burns foi bem recebido pelos republicanos na sua audiência no Senado, mas a sua confirmação ficou retida por Cruz. O senador disse que só levantaria as objeções quando a administração “cumprisse a sua obrigação legal de informar e sancionar navios e empresas” que estão a construir um novo gasoduto da Rússia a que os EUA se opõem.

Tal como a administração Trump, a administração Biden opõe-se ao gasoduto Nord 2 porque acredita que este irá prejudicar a segurança energética europeia, particularmente nos países da Europa Central e Oriental como a Ucrânia e a Polónia. Em fevereiro, a administração acrescentou um conjunto de sanções a um navio russo e ao seu proprietário pelo trabalho no oleoduto. Os principais legisladores republicanos consideraram a medida inadequada e exigiram uma ação mais enérgica.

Na quinta-feira (dia 11), o Secretário de Estado Antony Blinken emitiu uma declaração considerando o oleoduto um mau acordo “com a intenção de dividir a Europa e enfraquecer a segurança energética europeia”. “O Departamento (de Estado) reitera o seu aviso de que qualquer entidade envolvida no gasoduto Nord Stream 2 corre o risco de sofrer sanções dos EUA e deve abandonar imediatamente os trabalhos no gasoduto”, disse Blinken. Pouco depois da declaração ter sido emitida, Cruz levantou a sua objeção a nomeação de Burns.