O Brasil recebe este domingo o primeiro carregamento de mais de um milhão de doses de vacinas anti-covid-19 através do programa Covax, que pretende assegurar uma distribuição equitativa de vacinas, anunciou hoje o Governo brasileiro.

“Neste domingo, 21 de março, o Brasil recebe o primeiro carregamento de doses da vacina Oxford/AstraZeneca contra a covid-19, produzidas pelo laboratório sul-coreano SK Bioscience e adquiridas no âmbito da iniciativa Covax Facility”, referem os ministérios da Saúde e das Relações Exteriores, em comunicado conjunto hoje divulgado.

A primeira entrega é constituída por 1.022.400 doses de vacinas, mas, até ao final do mês, serão entregues mais 1,9 milhões de doses do mesmo fabricante, garante o Governo brasileiro.

A Covax, uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde, em parceria com a Aliança Global para as Vacinas (GAVI, liderada pelo antigo primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso) e a Coalition for Epidemic Preparedness Innovations, pretende garantir a vacinação a 20% da população de 200 países e tem acordos com fabricantes para o fornecimento de dois mil milhões de doses em 2021 e a possibilidade de comprar ainda mais mil milhões.

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O Brasil é, segundo a lista de distribuição publicada no início de março pela GAVI, o país da América Latina que vai receber mais doses de vacina anti-covid-19 no âmbito do programa Covax.

O país vai receber 9,1 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca até maio e terá acesso a um total de 42,5 milhões de doses, de acordo com o comunicado de hoje, que explica que o contrato de adesão do Brasil à iniciativa foi “firmado em 25 de setembro de 2020”.

A entrega das primeiras doses, marcada para as 18:00 (21:00 em Lisboa) de hoje, em São Paulo, será feita pelo Fundo Rotatório da Organização PanAmericana de Saúde, “mecanismo que há 35 anos auxilia os países da região ao promover o acesso a vacinas”, adiantam os ministérios brasileiros.

A distribuição das vacinas será depois feita consoante o previsto no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação, acrescentam no comunicado, concluindo que a chegada destas doses “faz parte do resultado de um inédito esforço internacional, do qual o Brasil participou ativamente, com vista a facilitar o acesso a vacinas contra a covid-19”.

O Brasil é o segundo país do mundo com mais infetados e mortes causadas pelo novo coronavírus, apenas atrás dos Estados Unidos, apesar de nos últimos dias se ter situado como a nação com os piores números diários.

O país registou, entre sexta-feira e sábado, 79.069 novos casos de covid-19 e mais 2.438 mortes associadas à doença, naquele que foi o quinto dia seguido acima dos 2.400 mortos diários.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil contabiliza 292.752 mortes relacionadas com a covid-19 desde o início da pandemia e 11.950.459 infetados.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.710.382 mortos no mundo, resultantes de mais de 122,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.