Acabaram-se as reuniões remotas por Zoom (ou outras plataformas de videoconferência), à sexta-feira no Citigroup, um dos maiores bancos do mundo. A presidente, Jane Fraser, anunciou num memorando interno a criação das “sextas-feiras livres de Zoom” e pediu que se evite a todo o custo trabalhar fora do horário de trabalho normal (pré-pandemia) – e, ainda, incentivou os colaboradores a tirarem mais dias de férias.

“Sei bem, a partir de experiência própria e do vosso feedback, que o teletrabalho está a tornar mais difusa a linha que separa o trabalho e a vida pessoal”, escreveu a presidente do Citigroup, acrescentando que o “dia de trabalho em pandemia” é, muitas vezes, marcado por “exageros que têm um impacto sobre o nosso bem-estar”.

É simplesmente insustentável“, rematou Jane Fraser, num memorando citado pelo Financial News e pela Bloomberg.

A ideia de eliminar as videoconferências internas à sexta-feira tem como objetivo reduzir o fenómeno já conhecido como “exaustão por Zoom” – ou “Zoom fatigue” – um problema batizado com o nome de uma das plataformas de videoconferência mais usadas e cuja utilização disparou quando milhões de trabalhadores em todo o mundo passaram a trabalhar a partir de casa como medida de prevenção da Covid-19.

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Jane Fraser, que substituiu Michael Corbat na liderança do gigante bancário no início deste ano, pede às estruturas que tomem medidas para mitigar problemas como estes. Além de criar as “sextas-feiras livres de Zoom”, a gestora pede que se evite a marcação de reuniões para horas do dia que antes da pandemia estavam reservadas para a viagem até casa ou, pior ainda, para o tempo de lazer e de família.

E, para reforçar ainda mais a importância de manter a saúde mental nestes tempos, a gestora anunciou, também, que o próximo dia 28 de maio (uma sexta-feira) ninguém trabalha no banco – está oficialmente decretado o feriado “Citi Reset Day“, o dia da descompressão para todos os colaboradores do banco.

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