O Ministério Público está a investigar a gravação e divulgação não autorizadas da conversa privada entre o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, — que apresentou a queixa — e o acionista privado da Groundforce, Alfredo Casimiro. O inquérito está a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
Ao Observador, fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR) disse, esta quinta-feira, que “a queixa apresentada foi remetida ao DIAP de Lisboa, onde deu origem a um inquérito que se encontra em investigação“. Em causa está uma queixa-crime feita por Pedro Nuno Santos contra Alfredo Casimiro devido à divulgação da gravação, não autorizada, de uma conversa privada entre ambos sobre a situação da Groundforce.
A conversa ocorreu durante uma reunião realizada a 2 de março, quando se iniciavam as negociações entre o ministro e o acionista privado da Groundforce, com o objetivo de chegar a uma solução para os salários em atraso de 2.400 trabalhadores. Na conversa, Alfredo Casimiro pergunta a Pedro Nuno Santos se Humberto Pedrosa, acionista privado da TAP, está a injetar capital na companhia aérea em igual proporção face ao Estado.
Groundforce. Pedro Nuno Santos avança com queixa-crime contra Alfredo Casimiro por gravação ilícita
O ministro diz que não, que o Governo está “a negociar ainda com Bruxelas”, e admite que a participação de Humberto Pedrosa seja diluída em “pó” devido à ajuda de Estado. O episódio acabou por complicar as relações entre o ministro e Alfredo Casimiro, motivando a queixa-crime.
A gravação terá sido feita sem o conhecimento de Pedro Nuno Santos. Há cerca de duas semanas, fonte oficial do ministério das Infraestruturas e Habitação tinha afirmado ao Observador que o ministro avançou com uma participação criminal junto do Ministério Público.
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