A Câmara Municipal de Cascais está a tentar comprar vacinas contra a Covid-19 a países como a Rússia, China e Israel. Processo ainda está numa fase muito prematura e dependerá sempre da autorização do Governo, mas Carlos Carreiras, presidente da autarquia, quer fazer de Cascais uma cidade pivô para operação de larga escala.

O primeiros contactos já tiveram lugar, confirmou Carlos Carreiras ao Diário de Notícias. O facto de Cascais ter cidades geminadas nesses países terá ajudado a estabelecer a ponte mas, ainda assim, Carreiras antevê um longo caminho para que se efetive o negócio.

Em primeiro lugar as vacinas ainda não foram reconhecidas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), em segundo Portugal terá que cumprir os compromissos que a União Europeia assumiu. Recorde-se que a compra de vacinas é feita pela União Europeia e só depois são distribuídas pelos países. No entanto, as vacinas da Rússia e China estão fora do acordo estabelecido pela Comissão Europeia (com seis países) o que abriria a porta à negociação, ficará no entanto pendente da aprovação da Autoridade Nacional do Medicamento, o Infarmed.

Em último lugar há que respeitar as normas em vigor em Portugal: todo o programa de vacinação está centralizado no SNS, inclusivamente a parte da aquisição. Carlos Carreiras garante que “nunca se poderiam desenvolver [os negócios] sem conversações com o Governo”, ainda que rejeite “visões paroquiais” de proteger apenas a população de Cascais.

Tal como aconteceu com as máscaras, especifica Carlos Carreiras, a ideia “é que Cascais se torne numa espécie de pivô para uma operação de larga escala que inclua o fornecimento de vacinas a países da CPLP”.

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