Eric Dier nasceu em Cheltenham, um dos sítios mais ingleses que Inglaterra pode oferecer. Ainda assim, aos sete anos, mudou-se para Portugal quando a mãe recebeu uma oferta de emprego na organização do Euro 2004. Começou por viver no Algarve e mudou-se depois para Lisboa, onde integrou a formação do Sporting. Em 2010, quando tinha 16 anos, a família regressou a Inglaterra — mas não Eric, que ficou a viver na Academia e representou os leões nos quatro anos seguintes.
Por muitos anos que passem, e por muito que a memória desvaneça, Eric Dier será sempre conhecido no futebol português como o miúdo que era do Sporting. E é por isso que, quando Eric Dier é notícia em Inglaterra, o eco em Portugal é sempre muito maior do que se ele fosse qualquer outro jogador do Tottenham ou da Premier League. Dier, parecendo que não, é um bocadinho português. E é inevitável seguir o que o miúdo que era do Sporting diz e faz lá fora.
O jogador inglês deu recentemente uma entrevista ao Evening Standard, para uma rubrica chamada “My London”, onde acabou por revelar as suas coisas preferidas na capital inglesa. E à cabeça, saltou à vista uma resposta: “Espalhava as minhas cinzas no estádio do Tottenham. Não tenho outra relação profunda com Londres que não seja o Tottenham por isso parece-me o local ideal”, contou Dier, que revelou ainda que a melhor refeição que já comeu na cidade foi no The River Café. “Adoro os ravioli deles e a carne é sempre boa. Mas a melhor coisa é a sobremesa, a tarte de amêndoa e o bolo de chocolate. São os meus favoritos, de longe”, acrescentou.
Para um primeiro encontro em Londres, Eric Dier teve uma ideia imediata — ainda que depressa tenha colocado uma condição. “Diria que íamos passear o meu cão, mas teria de ser já uma coisa muito séria para conhecer o meu cão. Íamos tomar um café algures, gosto da esplanada do Chiltern Firehouse”, disse o inglês de 27 anos, que garantiu também que organizaria um “dia sem carros” se fosse presidente da Câmara. “O tempo estaria ótimo, porque eu poderia escolher isso também, e todos os restaurantes teriam esplanadas para se comer cá fora”, atirou.
Quanto aos heróis, a resposta de Dier acabou por ser surpreendente: ao invés de escolher um jogador de futebol, como seria mais expectável, escolheu um tenista. “Rafael Nadal. Quando estávamos a crescer, o ténis tinha uma grande importância na minha família e eu e os meus irmãos éramos muito fãs do Nadal. Mas nunca trocaria o futebol pelo ténis”, afirmou o jovem médio, cujo pai chegou a ser tenista profissional.
Para Dier, “Londres são os londrinos”, porque “existem muitos lugares com ligações pessoais” e isso não acontece em muitas das principais cidades, e a única casa que comprava era uma moradia “escondida mesmo no meio de Richmond Park”. “Acho que era da família real e agora é uma espécie de escola. Mas posso ter completamente inventado tudo isto”, completou. O jogador do Tottenham conta ainda que já teve várias viagens grátis de táxi, por apanhar taxistas que são adeptos dos spurs, detalha que adora colecionar Lego e fala sobre a aplicação de recomendação de restaurantes que lançou recentemente, a Spotlas. Mas a revelação mais surpreendente de Eric Dier, provavelmente, terá sido quando foi questionado sobre o londrino mais ilustre da história.
“A Rainha. Adoro a Rainha. Sou um grande fã de ‘The Crown'”, atirou o jogador, referindo-se à popular série da Netflix que reconstitui a vida da família real britânica durante o reinado de Isabel II.