Os conflitos armados, ataques e mortes continuam em Palma, distrito da província de Cabo Delgado em Moçambique, que é há vários dias epicentro de confrontos entre forças de segurança e terroristas que tentam tomar a região. Um dos mais recentes episódios sangrentos aconteceu no hotel Amarula, local habitual de estadia de cidadãos estrangeiros que foi atacado.

Ainda não se conhece a identidade dos criminosos, mas sabe-se já o impacto do ataque à unidade hoteleira. Além de terem deixado um rasto de destruição e vandalismo em todo o hotel, os autores do ataque assassinaram 12 cidadãos estrangeiros que ali se encontravam. Ainda não se conhecem as nacionalidades das vítimas.

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Numa reportagem feita esta quinta-feira no local pela Televisão de Moçambique, um polícia da República de Moçambique (PRM) destacado em Palma, Pedro da Silva Negro, deu detalhes sobre o que se passou: “O Amarula é um hotel que recebe muitos estrangeiros. Na altura dos [ataques dos] insurgentes, a maior parte dos estrangeiros pensou que o Amarula era o melhor lugar, o melhor sítio para se protegerem. E correram para aqui. A segurança existiu mas os insurgentes foram mais fortes, conseguiram arrombar os estabelecimentos e tiraram 12 cidadãos de nacionalidade diferente”.

Questionado pelo jornalista da Televisão de Moçambique se as vítimas eram “britânicos, portugueses…?”, Pedro da Silva Negro respondeu que “é difícil saber as suas nacionalidades”. O que ficou logo claro foi o modus operandi do ataque: os 12 estrangeiros foram “amarrados atrás” e “todos foram degolados”.

Também a RTP esteve no local e ouviu o mesmo polícia referir que os 12 corpos eram de “pessoas de raça branca” e “todos” eles “estrangeiros”. Tiveram as “mãos amarradas” e foram “decapitadas”.

O hotel Amarula acomodava, de acordo com a Televisão de Moçambique, trabalhadores de várias empresas que prestam serviços no Projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL) de Moçambique, um projeto — já adiantado — de construção de uma fábrica a ser instalada nesse mesmo distrito, na província de Cabo Delgado. O projeto foi anunciado como o maior investimento privado jamais feito em África, estimado no valor de 17,5 mil milhões de euros e capaz de tornar futuramente o país no maior exportador de Gás Natural Liquefeito (GNL) do mundo.