Um dos maiores bancos de investimento norte-americanos, o JP Morgan, deverá financiar em quatro mil milhões de euros a nova Superliga, naquele que está a ser considerado um dos maiores investimentos no mundo do futebol. Os doze clubes fundadores deverão pagar 264 milhões de euros por ano, segundo o Financial Times, para conseguir saldar a dívida, com uma taxa de juro entre os 2% e os 3%.
Para o arranque da Superliga, o banco norte-americano vai realizar um investimento inicial de cerca de 3,5 mil milhões de euros. O valor total deverá, contudo, ser superior devido a despesas adicionais, sabe a Bloomberg, e será pago ao longo de 23 anos. Como pré-condição do negócio, avança o mesmo órgão, os doze clubes vão ter de participar um número determinado (mas ainda não estipulado) de anos na competição, estando ainda incluídos os direitos de transmissão da prova.
Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, será o novo diretor da Superliga e disse que esta competição “iria ajudar o futebol em todos os níveis e vai levá-lo ao sítio certo em todo o mundo”. E esta não será a primeira vez que o banco fará um negócio com o presidente dos merengues: em 2019, o JP Morgan Chase emprestou 575 milhões de euros para que a equipa espanhola pudesse remodelar o estádio Santiago Bernabéu.
Com uma taxa de juro de fixa de 2,5%, esse empréstimo, dividido em três tranches e cuja última parte chegará aos cofres da equipa madrilena em junho de 2021, será pago ao longo dos próximo 30 anos. O Real Madrid começará, a partir de julho de 2023, a pagar 29,5 milhões de euros anualmente ao banco de investimentos norte-americano. Recorde-se que a primeira edição da Superliga está apontada para a temporada 2022-2023.
E esta não é a única ligação do JP Morgan ao futebol europeu. O banco de investimento aconselhou, de acordo com a Al Jazeera, a família Glazer a adquirir, em 2003, o Manchester United — equipa que fará parte da Superliga, sendo que o vice-presidente do clube inglês, Ed Woodward, chegou mesmo a trabalhar na empresa financeira.
“Ao juntar as melhores equipas de futebol e jogadores para jogarem uns contra os outros durante a temporada, a Superliga abre um novo capítulo no futebol europeu, assegurando uma competição de alto nível e aumentando o apoio financeiro da pirâmide futebolística”, afirmou Joel Glazer, presidente do Manchester United, que tem visto as ações da equipa de futebol britânica a valorizar cerca de 8% na bolsa norte-americana nesta segunda-feira.
A.C. Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham são os doze clubes fundadores da Superliga.