O que acho é que falhámos todos”. A assunção é de Rui Oliveira, coordenador da StayAway Covid, a aplicação de rastreamento de contactos que foi lançada em setembro e que poucos resultados tem apresentado. Mesmo assim, Rui Oliveira, o coordenador do projeto, acredita ter ainda esperança na sua utilização.

Em entrevista ao Expresso, Rui Oliveira conta que a ideia “foi manifestamente boa”, e que até foi “adotada” em muitos países. Mas não deixou de numerar os constrangimentos, que passam pela ciência e pela tecnologia, na “proteção e manipulação” de dados, mas que também incluem o (des)conhecimento do próprio vírus.

Apenas três mil códigos depois, o que aconteceu à app de rastreio à Covid-19?

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O investigador falou também em números concretos: “O número de códigos inseridos pelas pessoas na aplicação é um terço dos que foram gerados“. Este dado está ligado ao desconhecimento das pessoas em saber utilizar a aplicação, porque foram registadas “centenas de milhares de registos de comunicações que nos foram feitas a perguntar como obteriam o código“.

Rui Oliveira confessa: “O que acho é que falhámos todos” — o que engloba a própria equipa, o Ministério da Saúde e “todos os que tinham alguma responsabilidade em fazer funcionar a aplicação”.

Na mesma entrevista, quando questionado se a aplicação poderia ainda vir a ser útil, Rui Oliveira fica dividido: por um lado, não quer que a aplicação seja precisa, o que significava que a pandemia de Covid-19 já tinha visto um fim. Por outro lado, admite que pode vir a ser uma peça importante do puzzle para a luta pandémica.