A imagem de uma Oprah boquiaberta e à procura da palavra certa para retomar a conversa, depois de uma das revelações mais bombásticas saídas da entrevista aos Sussex, chegava e sobrava para desfazer as dúvidas — o impacto foi tal que a Internet rapidamente viu nascer mais um meme. Esta sexta-feira, no entanto, a apresentadora regressou a esse instante em que Meghan Markle abordou a polémica questão do racismo no seio da família real britânica, para confirmar que não esperava ouvir acusações como essa.

“Sim, fiquei surpreendida. Fiquei surpreendida ao ponto de, olhe, daquela imagem que se tornou viral. Do estilo, “o quê?”, “vais falar disso?” , “vais mesmo chegar até aí?”, admitiu Winfrey, em conversa na passada quinta-feira com Nancy O’Dell, no lançamento do canal The Nancy O’Dell, no TalkShopLive, adiantando que não contava que Meghan Markle “fosse até ao fim” com as revelações partilhadas no mês passado.

Sobre a entrevista no geral, transmitida a 7 de março pela CBS, primeiro nos EUA, e um dia depois em solo britânico (e depois um pouco por todo o mundo), Oprah confessa que “não fazia ideia que tivesse o impacto que teve e que continua a ter”, explicando também que, uma vez gravada, não poupou esforços para que a equipa envolvida mantivesse o sigilo sobre as confidências a que haviam assistido, impedindo que boa parte dessa informação circulasse na imprensa antes do grande dia. “Preocupei-me muito com isso. Era muito importante que o que ia ser divulgado só fosse divulgado no momento em que toda a gente pudesse ver, para que as declarações não fossem mal interpretadas antes de a entrevista ser emitida“.

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Quanto aos ingredientes do sucesso do formato, não hesita em partilhar a fórmula vencedora. “A entrevista foi muito poderosa porque tive ali alguém que quis mostrar abertura, vulnerabilidade, e verdade”, descreveu a apresentadora, que forneceu ainda alguns detalhes sobre todo o processo, até chegarem por fim à maratona de três horas e vinte minutos de gravações. Oprah conta que trocou mensagens com o casal antes da entrevista no sentido de apurar os objetivos do par. “A intenção é muito importante para mim. Digam-me qual é a vossa intenção para ver se estamos alinhados”. Entrevistadora e entrevistados terão então concordado que “a verdade” deveria nortear a conversa. “Eles queriam ter a oportunidade de contar a sua versão e de a contar da forma mais verdadeira possível”.

Oprah inaugurou a nova série de entrevistas a celebridades conduzida pela apresentadora Nancy O’Dell na plataforma de livestream Talkshoplive. Winfrey está a promover o livro “What Happened to You?: Conversations on Trauma, Resilience, and Healing”

Da relação com a cunhada, Kate Middleton, aos desafios colocados à sua saúde mental, foram várias as bombas lançadas por Meghan Markle ao longo da versão final que chegou a público — mas foram os desabafos sobre o tom de pele do filho Archie, e o mal-estar que terá gerado na família real, que mais provocaram estupefação na interlocutora. “Enquanto estive grávida, assistimos a conversas sobre ele não vir a ter segurança, sobre o facto de não receber um título e ainda sobre quão escura a pele dele podia ser quando nascesse, tudo ao mesmo tempo”, recordou Markle. Perplexa, Winfrey perguntou prontamente de quem tinham vindo essas conversas, mas Meghan acabou por não responder concretamente, alegando que poderia prejudicar muito as pessoas em questão. Segundo deu ainda a entender, conversas como estas não eram tidas à sua frente, embora lhe chegassem aos ouvidos através do marido.

“Demasiado escuro” seria um problema? — antecipou Oprah. “Se foi essa a conclusão que tiraste, chegaste lá”, respondeu Meghan. “Mas isso chegava até mim através do Harry, foram conversas que a família teve com ele. Era muito difícil ouvir isto e achar que eram conversas isoladas”, prosseguiu a duquesa de Sussex. No rescaldo das revelações, Meghan e o príncipe tratariam de isentar a Rainha e o duque de Edimburgo do leque de suspeitos.