886kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Podcasts, áudios e "soundbites". Como o Facebook quer acabar com o Clubhouse

Este artigo tem mais de 3 anos

Há um Live Audio Rooms, "soundbites" e podcasts, mas não há data de lançamento. Explicamos como vai funcionar o plano do Facebook para destronar o Clubhouse, a atual rede social de áudio líder.

O Facebook, além da rede social com o mesmo nome, detém o Instagram e o WhatsApp
i

O Facebook, além da rede social com o mesmo nome, detém o Instagram e o WhatsApp

O Facebook, além da rede social com o mesmo nome, detém o Instagram e o WhatsApp

O Facebook revelou como vai funcionar o seu concorrente do Clubhouse, a rede social de áudio restrita para o sistema operativo iOS, dos iPhone, que tem feito sucesso desde o início de 2021. Há duas semanas, deixou de ser  segredo que o futuro das empresas de Mark Zuckerberg que também detém o Instagram e o WhatsApp, vai passar pela aposta no som. Como vai funcionar? Com as “Live Audio Rooms”, “Soundbites” e, claro, podcasts. Ficou confuso e não quer nem ouvir falar disso? Abaixo, explicamos como tudo vai funcionar.

O discurso, o som e a linguagem são os blocos de construção sobre como nos conectamos uns com os outros.” É com esta frase,  que o Facebook introduz o seu plano para derrotar o Clubhouse num comunicado lançado nesta semana. “O áudio encaixa-se perfeitamente nas nossas vidas ocupadas, permite-nos ser inspirados por novas ideias e falar com outras pessoas que pensam como nós, tudo sem pressão”, continua a explicar a rede social.

Facebook junta-se à corrida para concorrer com o Clubhouse

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Depois, assume o porquê esta nova aposta. O objetivo não é só ficar com o lugar do Clubhouse — isso é o que várias empresas querem fazer. O objetivo é o de capitalizar aquilo que a rede social percebe que está a acontecer nas suas plataformas. “No Facebook, vimos o aumento contínuo do áudio nas plataformas, desde chamadas de áudio a mensagens de áudio no WhatsApp e Messenger“, assume a empresa. Por isso, o futuro vai passar por tornar estas ferramentas “mais acessíveis e divertidas”. Porquê? Porque nem toda a gente gosta de receber mensagens de áudio e, “atualmente, ainda é muito difícil para a maioria das pessoas” usarem estas ferramentas, diz Fidji Simo, diretora do departamento de aplicações do Facebook, que assina o comunicado.

O plano começa, então, por passarmos a ter um “estúdio de áudio no bolso”. Na prática, este é o nome que o Facebook dá à família de tecnologias de captação de áudio que desenvolveu para os utilizadores enviarem ficheiros de voz. “Exatamente como fizemos com fotografias e vídeos, queremos que todos tenham ferramentas poderosas o suficiente como as dos profissionais, mas intuitivas e divertidas”, explica a empresa.

[Para explicar como é que tudo funciona, o Facebook criou uma experiência de áudio para mostrar aquilo que quer implementar nas suas redes sociais]

Por outras palavras, o Facebook vai tentar fazer com o formato áudio aquilo que fez com a escrita: permitir que qualquer pessoa, em qualquer lugar, possa partilhar o que quer. Isto tendo como base mecanismos de inteligência artificial que aprimoram os conteúdos, adicionam uma interface de utilização prática. E vai começar pelo “Sound Collection” (coleção de som, português), uma espécie de biblioteca de ficheiros de áudio que o utilizador vai poder usar para criar e animar, por exemplo, histórias [stories, em inglês] no Instagram.

O Facebook vai passar a disponibilizar uma biblioteca digital que alojará e ajudará os utilizadores com os ficheiros de áudio que querem criar

A seguir, entram em cena — ou, neste caso, vão para o ar — os “Soundbites”. Se tudo correr como o Facebook quer, este nome vai passar a fazer parte do discurso concorrente da mesma forma que dizemos “viste o whatsapp que te mandei?”. Os Soundbites vão ser “clipes de áudio criativos e curtos para capturar anedotas, piadas, momentos de inspiração, poemas e muitas outras coisas que ainda não imaginamos”, diz a rede social. Na prática, vão ser histórias de instagram mas em formato de áudio. E vão começar a aparecer no Messenger, Facebook e Instagram “nos próximos meses”.

Falando mais do que vai acontecer “nos próximos meses”, há outra novidade: os podcasts, o nome dado a programas de rádio ou conversas gravadas em formato de áudio que depois são alojadas num serviço online e ouvidas em diferido, vão chegar ao Facebook. Ou seja, além de fotografias e textos, a rede social vai permitir que os seus utilizadores partilhem e alojem podcasts nos servidores da rede social, para que qualquer pessoa possa aceder a eles quando vê o perfil.

A forma como os podcasts vão aparecer nas páginas dos utilizadores do Facebook

Os criadores de podcast serão capazes de alcançar e se conectar com novos ouvintes — tudo diretamente na aplicação do Facebook”, anuncia a empresa.

No entanto, até agora, continua a faltar uma das chaves que tornou o Clubhouse tão bem sucedido: todas as conversas são em direto. Ou se ouve quando estão a acontecer ou então perde-se o que foi falado. Obviamente, o Facebook também pensou nessa parte e anunciou que vai lançar as já referidas “Live Audio Rooms”. À semelhança do Clubhouse, qualquer utilizador do Facebook ou do Messenger vai poder criar, ouvir e participar em conversas que vão estar a acontecer em direto. E, para dar força a este projeto, a empresa anunciou que está a fazer várias parcerias com artistas para emissões exclusivas.

As Live Audio Room vão estar disponíveis no Facebook e no Messenger

Por fim, como é que tudo isto vai dar dinheiro ao Facebook e a quem quiser criar conteúdos destes e mantê-los na rede social? A primeira parte da resposta é simples: o Facebook quer manter e ter mais utilizadores que pode perder para projetos como o Cluhouse, acompanhando as tendências de mercado. A segunda, quanto à forma como vai cativar os utilizadores a criar conteúdos, é dada pela empresa: “A única maneira de tudo isto funciona no longo prazo é com os criadores a poderem ganhar dinheiro com seus esforços“.

À semelhança do que o Clubhouse anunciou em março, o Facebook, logo a partir do lançamento das Live Audio Rooms, vai ter um fundo para sustentar quem cria “Soundbites” de sucesso ou tem conversas com muitos utilizadores a ouvirem. Além disso, vai haver uma ferramenta integrada na plataforma que permitirá doar dinheiro a quem faz podcasts e conversas em direto, um pouco à semelhança do que é feito, por exemplo, no Twitch, uma plataforma de streaming de vídeo.

O ataque dos gigantes tecnológicos ao Clubhouse “nos próximos meses”

O Facebook não é a única empresa que quer tirar o lugar ao Clubhouse. O Spotify, a maior plataforma de áudio e subscrição de música mais utilizada em todo o mundo, por exemplo, comprou uma empresa, a Betty Labs, que detém a app a Locker Room, só para isso. E não é a única. O Twitter já anunciou o Spaces, uma plataforma muito semelhante aos Live Audio Rooms e ao Clubhouse, e até o serviço de mensagens Telegram já avançou que vai apostar nestes formatos de áudio em direto.

[Abaixo, pode ouvir a última emissão da App da Vizinha sobre os concorrentes do Clubhouse]

Por que toda a gente quer (ser) o Clubhouse?

No entanto, até agora, todas as datas de lançamentos destes concorrentes do Clubhouse são iguais às que o Facebook dá: “Vai ser lançado nos próximos meses”. Ou, citando o comunicado do Twitter sobre o Spaces, “estamos em testes”.

Depois do Twitter e do Telegram, Spotify vai ter a sua versão do Clubhouse

Todas as apps parecem ter em comum um outro fator, que pode ter sido decisivo para o sucesso do Clubhouse: só se pode aceder quem tiver um convite e um iPhone (a app ainda só funciona no iOS, o sistema operativo móvel da Apple). Como contou o The Verge em fevereiro, o Clubhouse “definiu um novo formato”. Agora, “tem de defendê-lo”.

Para já, o Clubhouse vai continuar a ser o paradigma destas apps. Afinal, em pouco tempo — a app fez recentemente um ano — angariou milhões de utilizadores que vêm ao Clubhouse áudio social, e teve conversas que contaram com a presença do multimilionário Elon Musk, responsável pela Tesla e SpaceX, de Bill, cofundador da Microsoft, e, entre outras vedetas, também de alguém que agora quer destronar o serviço: Mark Zuckerberg. Está avaliado atualmente em 4 mil milhões de dólares.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.