O PSD pediu esta quarta-feira a audição parlamentar urgente do coordenador da “task force” para o plano de vacinação, depois deste ter admitido que as limitações de idade poderão condicionar a utilização de vários milhões de vacinas.
O PSD justifica o pedido de audição urgente com as declarações de terça-feira do vice-almirante Gouveia e Melo, “em que o mesmo admite a possibilidade de serem desperdiçadas mais de 3 milhões de vacinas em Portugal, facto que a verificar-se será de gravidade extrema, bem como a possibilidade do atraso do cumprimento das metas do plano de vacinação previamente anunciadas”.
Reforçamos que a mesma audição já tinha sido solicitada no âmbito da divulgação da Campanha de Vacinação Contra a Covid-19, que apresenta alterações ao processo, e que existe uma aprovação prévia da vinda do coordenador da ‘task force’ para o Plano de Vacinação contra a Covid-19 a esta comissão, com periodicidade mensal, para que seja possível fazer o devido acompanhamento do processo por esta comissão”, sublinham.
O PSD pede que a audição seja conjunta entre a Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia e a Comissão de Saúde.
“O limite de idade de dois tipos de vacinas que estamos a usar pode condicionar a utilização até meio milhão de vacinas, apesar de estarmos a tomar medidas para mitigar este processo”, disse o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo na reunião do Infarmed, em Lisboa, que reuniu na terça-feira especialistas, o Presidente da República, o Governo e representantes dos partidos.
No terceiro trimestre, as mesmas duas vacinas com as limitações também da idade podem atrasar a meta dos 70% da população vacinada até ao verão, admitiu o coordenador da “task force”. Neste trimestre, afirmou, “as mesmas duas vacinas com as limitações também de idade podem retirar ao plano cerca de 2,7 milhões de vacinas”.
Gouveia e Melo não identificou as vacinas em causa, mas na passada quarta-feira, a ministra da Saúde disse que não há restrições à utilização da vacina da Janssen e que as autoridades nacionais seguirão as recomendações da Agência Europeia de Medicamentos, estando a aguardar a análise da comissão técnica de vacinação.
Anteriormente, as autoridades de saúde portugueses tinham também decidido só administrar a vacina da AstraZeneca a pessoas com mais de 60 anos.