O que era impensável nos tempos dos motores de combustão passou a ser uma realidade, agora que os veículos eléctricos começam a chamar a si uma crescente percentagem do mercado. Referimo-nos ao facto de alguns construtores chineses conseguirem fabricar veículos interessantes e competitivos para o mercado europeu, em termos de design, qualidade, tecnologia e, claro está, o preço.

Entre estes fabricantes chineses mais competitivos, um que se destaca é a NIO, que arrancou há apenas seis anos, mas surpreendeu dois anos depois com o hiperdesportivo EP9, um coupé de dois lugares com quatro motores eléctricos que debitam 1360 cv e que permitiram ao modelo tornar-se no eléctrico mais rápido na pista de Nürburgring.

Além deste exuberante desportivo, a NIO iniciou já a produção de três SUV, respectivamente o EC6, o ES6 e o ES8, esperando-se ainda para breve duas berlinas de três volumes (ET5 e ET7), um SUV pequeno (ES3) e um monovolume (EF9). A NIO foi ainda um dos poucos fabricantes de modelos eléctricos que concebeu e produziu um sistema de troca de baterias, para evitar o (sempre longo) tempo necessário à recarga.

Numa entrevista à Autocar, o vice-presidente da NIO Europa, Hui Zhang, afirmou acreditar na viabilidade do negócio da marca no Velho Continente, especialmente por a Europa, tal como a China, ter grandes preocupações ambientais, favorecendo os veículos eléctricos. Zhang não avançou com datas concretas, mas garantiu que acontecerá ainda este ano, ficando por definir o modelo de negócio, ou seja, se a estratégia passa por uma rede de concessionários ou recorrendo a importadores privados.

Certo é que ao contrário do que acontece na China, onde a NIO vende maioritariamente online, na Europa vai ser necessário desafiar os potenciais clientes a ver o carro e a conduzi-lo, para confirmar a qualidade e a mais-valia do produto.

A entrada no mercado europeu deverá acontecer através da Alemanha, opção que será facilitada pela presença massiva de fabricantes germânicos a investir na China e até a produzir lá para exportar para a Alemanha, como é o caso do BMW iX3.

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