O Benfica entrou em campo já sem possibilidades de chegar ao título. Mas com possibilidades de carimbar o terceiro lugar, de ameaçar o segundo e de garantir que irá lutar, até à última jornada, pelo apuramento direto para a Liga dos Campeões. Uma vitória, os três pontos, significava ficar a apenas um do FC Porto. E dos 23 aos 75 minutos, a equipa de Jorge Jesus estava a seguir esse plano à risca.

Com o golo de Uribe, com o golo anulado a Pizzi, com o empate no final da partida, o Benfica continua a quatro pontos do FC Porto, não se encostou ao segundo lugar e nem sequer conseguiu garantir o terceiro, ainda que o Sp. Braga esteja já a oito pontos de distância. Ainda assim, não deixou de sublinhar a última alínea do plano: garantir que irá lutar, até à última jornada, pelo apuramento direto para a Liga dos Campeões. Na flash interview, Jesus explicou que o Clássico foi “um bom jogo”.

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“Para quem assistiu, face à emotividade e oportunidades de golo que houve. Mais para o Benfica, principalmente na última meia hora. Na primeira parte, o Benfica marca e depois o FC Porto está melhor do que nós até ao final. Na segunda há mais Benfica e, depois, principalmente nos últimos 20 minutos, tivemos várias oportunidades. Um golo que não é golo, um penálti que não é penálti, uma expulsão que tem de ser e não é… Foram muitas, muitas decisões que foram sempre contra o que o Benfica fez no jogo”, atirou o treinador, começando aí um capítulo de algumas críticas à atuação da equipa de arbitragem liderada por Artur Soares Dias.

Para Jorge Jesus, um dos lances capitais do jogo acabou por ser a falta de Pepe sobre Seferovic, a cerca de 10 minutos do fim, onde o Benfica ficou a pedir o segundo cartão amarelo e a consequente expulsão do central. “De qualquer das formas, dou os parabéns aos jogadores do Benfica. Souberam sempre, depois do golo, passar uma melhor fase. Procurámos o 2-1, tivemos o lance do Adel, tanta bola para fazer golo… Não conseguimos, mas hoje também houve momentos decisivos do árbitro, principalmente — não ponho em dúvida se foi penálti ou não –, agora a bola do Pepe. É um segundo amarelo que tem de dar. Poupou-o nitidamente. Depois colocámos a bola rápido em jogo e ele não deixa. Duas vezes, não é? Há pormenores que ninguém vê, mas nós sentimos para onde está a balança. Foi pena. Só nos interessava ganhar. O FC Porto, depois do empate de ontem [do Sporting], jogava para dois resultados: não perder ou ganhar. Procurou empatar e somar um ponto e nós, em função da distância, precisávamos de ganhar três pontos. Fizemos tudo para ganhar”, disse o técnico encarnado, justificando depois as substituições que fez ao longo da partida.

“Começámos a criar lances com o Darwin, o Adel, o Gabriel. O Weigl tinha amarelo e no meio-campo, quando não metes o pé, começas a perder muita bola. Aí o Gabriel é forte nas primeiras bolas, ganhou várias de cabeça. O Adel vem de lesão mas sabia que ia empurrar a equipa para a frente e ainda mandou uma bola à trave. Os jogadores que entraram, entraram bem, especialmente estes três. Saímos frustrados, fomos melhores e não ganhámos”, acrescentou Jesus, que queria ganhar muito pelo apoio demonstrado pelos adeptos, junto à rotunda Cosme Damião, quando a equipa chegou ao Estádio da Luz. “Isso é uma das coisas que me deixa muito triste com este empate. Pelos adeptos, o calor e carinho que deram na viagem. Sabendo que nós, mesmo ganhando, já não podíamos ser campeões. Mas os verdadeiros adeptos são esses, que partilham e sofrem. Todos são um, não é quando ganhas apenas. Nos últimos 12 jogos ganhámos dez, a equipa está a fazer uma segunda volta forte, mas com esta manifestação dos adeptos, mereciam que ganhássemos face ao que aconteceu”, terminou o treinador.