O ilustrador português André Mata será um dos galardoados a receber o prémio “Ilustrador do Futuro” na cerimónia “Writers and Illustrators of the Future Awards”, que vai decorrer em Hollywood, a 22 de outubro.
Ao vencer a competição trimestral “Illustrators of the Future”, o artista português garantiu um prémio monetário, a publicação de um trabalho no volume dos vencedores do concurso e presença num ‘workshop’ profissional, que vai acontecer durante a semana que antecede a cerimónia.
“É um reconhecimento extraordinário para mim numa área que admiro muito, a ficção científica e a fantasia”, disse à agência Lusa André Mata, referindo que a vitória na competição foi “inesperada”.
O “Illustrators of the Future” existe desde 1988 e é um concurso internacional de talentos na área da ficção científica, em paralelo ao “Writers of the Future”. Esta última foi a competição inicial, criada em 1983 por L. Ron Hubbard, o prolífico autor de ficção científica que fundou a Igreja da Cientologia.
“Tem como juízes pessoas que acompanho há já vários anos e são bastante conhecidas”, afirmou André Mata. “É ótimo o trabalho ser reconhecido desta forma”.
Segundo o ilustrador, o ‘workshop’ de uma semana em que vai participar, em outubro, tem como objetivo ajudar a catapultar os artistas vencedores.
“São ‘workshops’ relativos à indústria, em que eles vão aconselhar as pessoas a estabelecerem-se e a fazerem carreira na indústria”, descreveu.
Uma vez que a cerimónia de 2020 foi cancelada devido à pandemia de covid-19, a gala marcada para o outono será dupla e irá distinguir os vencedores de 2019 e 2020, respeitantes às edições 36 e 37 da competição.
A vitória de André Mata rendeu-lhe a contratação para um trabalho relativo a uma das histórias que ganhou no ano passado, e será publicado, já este ano, no volume de vencedores n.º 37. Este trabalho, por sua vez, entrará no grande concurso final, Golden Brush Award, que irá reunir todos os vencedores e tem um prémio monetário de cinco mil dólares.
Para o ilustrador português, a oportunidade é valiosa no lançamento de uma carreira que iniciou há pouco tempo, depois de se ter licenciado em Ilustração, na Universidade de Solent em Southampton, no Reino Unido. Apesar de considerar que é possível ter sucesso nesta área a partir de Portugal, a aproximação ao epicentro do entretenimento é preciosa.
“Será sempre mais fácil estar perto da indústria, porque será mais fácil desenvolver a rede de conhecimentos”, explicou. “O ideal é estar lá perto da indústria, ir aos festivais e às convenções, conhecer os diretores de arte. É sempre mais fácil dessa forma”.
Antes de se lançar nesta carreira, André Mata foi militar do Estado Maior da Força Aérea, onde passou cinco anos até decidir mudar de vida.
“Sempre senti que devia fazer artes”, disse o ilustrador, de 35 anos, que referiu não ter necessariamente um género preferido.
“Tenho um gosto abrangente, não só ficção científica e fantasia, mas também retrato, paisagem, design conceptual ou arte conceptual, arte que é desenvolvida para a área de filmes. Vejo-me numa variedade de estilos e temas”, descreveu.
Com uma inspiração que “vem da natureza, dos efeitos de luz” e daquilo que imagina ao ler, a vitória na competição “Illustrators of the Future” acabou por ser uma validação do risco que tomou quando deixou um trabalho estável para começar de novo.
“Tenho uma ideia muito própria do que é a ilustração e o que quero para o meu trabalho”, referiu André Mata.
O trabalho do artista será publicado na antologia “L. Ron Hubbard Presents Writers of the Future Volume 37”, editado pela Galaxy Press.