O comentador político Luís Marques Mendes lembrou este domingo na SIC que a atual secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira, disse há pouco mais de um ano ao jornal Diário do Alentejo que “Odemira é um exemplo de integração de migrantes”. Para Marques Mendes, “é exatamente o oposto, a maior parte dos casos de Odemira não são bons exemplos de integração de migrantes”. E será “talvez” por declarações como essas que “agora não aparece”.

Não apareceu a informar, a esclarecer, a explicar. Parece que está desaparecida em combate”, refere Marques Mendes.

Defendendo também que “Eduardo Cabrita já devia ter saído do Governo há imenso tempo”, e que o ministro da Administração Interna foi na gestão do caso ZMar “desajeitado, trapalhão e depois no discurso inaceitável”,  Luís Marques Mendes considera no entanto que no Governo “anda toda a gente a esconder-se atrás do ministro Cabrita”. Aqui, diz o também membro atual do Conselho de Estado, a responsabilidade do Governo é “transversal” e “a grande responsabilidade é do primeiro-ministro”.

“Eu não quero viver aqui”. Sem forma de sair e com uma bebé nos braços, Sandeep Kaur está perdida no Zmar

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ainda sobre o caso de Odemira, Luís Marques Mendes imputa responsabilidades ao presidente da câmara — “ou não tem peso político ou não fez o que podia e devia, inclino-me mais para esta última hipótese” —, às centrais sindicais, que acusa de se manifestarem “por tudo e por nada, muitas vezes com razão, quando há um problema na função pública” mas aqui “podendo ter feito alguma coisa, o país não notou nada de significativo” relativamente a estes emigrantes “que são trabalhadores” e também ao Ministério do Trabalho e à fiscalização da Autoridade para as Condições do Trabalho, sobre quem diz: “Exigia-se muito mais”.

Prémios do Novo Banco: “Acho inqualificável, provocatório, quase pornográfico”

O comentador político defendeu ainda que é preciso “a Assembleia da República” chamar quem de direito para esclarecer se o que o Tribunal de Contas veio dizer: que o Fundo de Resolução tem alimentado o Novo Banco “também por causa das perdas da gestão corrente”. “O Novo Banco veio dizer que não é verdade, Mário Centeno também. Alguém está a mentir”, avisa Mendes.

Já sobre os prémios de gestão aos gestores do Novo Banco, que está a receber dinheiros públicos, apontou: “Acho uma decisão inqualificável, insensata, provocatória, quase pornográfica. Não aprendem nada. É falta de bom senso mas é muito grave por outra razão. Isto mina a imagem da banca e dos banqueiros. Coisas destas degradam, contaminam a imagem da banca”.

O comentador avançou ainda que o próximo presidente da Associação Portuguesa de Bancos será Vítor Bento.

Ao PSD, o comentador político e antigo presidente social-democrata, deixou ainda um recado: “Vi uma intervenção do PSD na Assembleia da República a defender que o Novo Banco deveria ter ficado público e não deveria ter sido vendido. É caso para dizer: o que se passa no PSD? Andou anos e anos a defender o contrário. O que se passa? São as pressões das redes sociais, é o populismo do Chega a contaminar, são as sondagens? Tem de haver um bocadinho de cuidado”, alertou.

Ainda sobre a política nacional, Marques Mendes disse que António Costa deseja “até 2023 terminar o seu ciclo, o seu mandato” como primeiro-ministro e depois “eventualmente ter uma aventura de outra natureza”. Já sobre o futuro próximo de Rui Rio e do PSD, apontou: “Se não tiver uma vitória retumbante [nas autárquicas], que vai ser difícil, precisa de tempo para preparar uma alternativa. Eventualmente também lhe dará jeito ir a eleições em 2023 com o sucessor de António Costa e não [antes] com António Costa”.