Uma equipa de médicos austríacos demonstrou que a recomendação para o tratamento de casos raros de coágulos sanguíneos com baixos níveis plaquetas era eficaz e apresentam, num artigo científico, a primeira doente que trataram desta forma.

Descrevemos o primeiro caso clínico de uma doente com diagnóstico precoce de VIPIT e sua gestão, resultando numa rápida normalização dos parâmetros laboratoriais e subsequente alta hospitalar sem complicações trombóticas”, escreveram os médicos.

Esta síndrome extremamente rara, desencadeada num número limitado de pessoas depois de terem recebido a vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca ou da Johnson & Johnson, recebeu o nome de VIPIT (trombocitopenia imune protrombótica induzida por vacina) e o tratamento recomendado inclui imunoglobolinas e anticoagulantes (que não a heparina).

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Os autores relatam o primeiro tratamento que efetuaram no artigo publicado na Wiley Online Library. A importância é que a síndrome é nova e o tratamento foi definido com base em conhecimentos teóricos prévios e ensaios de laboratório. Agora, era possível dizer o que acontece na realidade. Além deste caso, a equipa disse ao Público que tinha mais sete doentes a responder positivamente ao tratamento.

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A mulher de 62 anos, saudável, procurou o hospital nove dias depois de ter tomado a vacina da AstraZeneca por causa de um sangramento invulgar das gengivas e do aparecimento de hematomas. Foi diagnosticada com VIPIT, tinha baixos níveis de plaquetas, mas não tinha desenvolvido coágulos sanguíneos nem sofrido nenhuma trombose — o que também não veio a acontecer.

Os médicos defendem que o diagnóstico e tratamento precoce de VIPIT, com as imunoglobolinas (anticorpos não específicos que travam a ativação das plaquetas) e anticoagulantes (que não a heparina) para evitar a formação dos coágulos, permitiram travar o processo que levaria a uma trombose e será fundamental para salvar a vida aos doentes. Os médicos admitem, no entanto, que o facto de a doente ter tomado aspirina por causa das doeres de cabeça e estados febris após a vacinação também pode ter evitado a formação de coágulos antes de a doente ter chegado ao hospital.