Tim Cook, o presidente executivo da Apple, vai ser a principal testemunha esta sexta-feira no caso que opõe a sua empresa à A Epic Games, dona de um dos videojogos online mais populares do mundo, o “Fornite”, e de aplicações como o Houseparty. Como avança o The Guardian, Cook vai tentar defender a posição de que a Apple, ao exigir aos utilizadores que utilizem apenas a lojas de apps da empresa, a App Store, para instalarem programas no iPhone e iPad, não está a promover um tática monopolista.

No meio de uma guerra com a Apple, a Epic Games pode valorizar mais de 10 mil milhões de dólares

O conflito entre a Epic Games e a Apple, que culminou num julgamento que está a decorrer desde o início de maio, tornou-se público em agosto de 2020. Tanto a Apple como a Google recebem até 30% do valor de cada compra feita dentro das aplicações que disponibilizam pelas suas lojas de apps digitais (AppStore e PlayStore) — e isto inclui a app do “Fortnite”. No mesmo mês, a Epic Games anunciou que tinha criado um sistema de pagamentos diretos na empresa, podendo assim contornar o sistema da Apple e Google. A Apple não gostou e tirou o Fornite da sua loja alegando que a Epic Games não estava a cumprir as regras do serviço.

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Este julgamento já levou ao banco das testemunhas executivos de topo das empresas como Phil Schiller, um dos principais responsáveis da Apple, principalmente pelo marketing. De acordo com os argumentos que Schiller apresentou ao tribunal na passada segunda-feira, a sua empresa precisa de cobrar este tipo de percentagens e impor regras restritas para garantir a segurança do sistema operativo, como explicou o The Verge.

Fortnite apresenta providência cautelar contra a Apple

Este processo que está a decorrer nos EUA pode mudar a forma como as empresas tecnológicas dominantes no mercado de sistemas operativos móveis, como é o caso da Apple e da Google, operam. Se a Epic Games sair vitoriosa desta batalha jurídica, as empresas que querem vender os seus softwares através das lojas do iOS e do Android podem passar a ter novas regras com valores mais acessíveis. E este conflito não é só restrito aos EUA.

Em fevereiro, a Epic Games pediu à Comissão Europeia para investigar a Apple por abuso de posição dominante no mercado, suspeita que também tem estado na mira de Bruxelas. Tudo isto decorre numa altura em que a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, continua a querer que a Apple atue no mercado de forma diferente à que tem feito.

Margrethe Vestager: “Se crias tecnologia que tira vantagem das pessoas, então se calhar a Europa não é para ti”

A Epic Games foi fundada por Tim Sweeney, nos EUA, em 1991. Além do popular “Fortnite”, a empresa é responsável pelo “Unreal Engine”, um dos programas para se fazer videojogos mais populares entres as produtoras da indústria. Sweeney continua a ser o principal acionista empresa. A tecnológica chinesa Tencent, dona, entre outras empresas, da Riot Games, responsável pelo “League of Legends”, detém mais de 40% do resto das ações.