Mariana Mortágua garante que o Bloco de Esquerda nunca será “um fantoche” de António Costa e que “não existe para fazer acordos vazios com o PS”. Sem cedências do PS, assegura a deputada socialista, não haverá margem para entendimentos.
Em entrevista à Rádio Observador, Mariana Mortágua explica a posição do partido sobre o anterior e futuros Orçamentos. “Quando se negoceia um Orçamento tem de se ter consciência de que ou consegue mudar políticas e então vale a pena apoiar uma política, ou não consegue e fingir que está a fazer alguma coisa é enganar os eleitores e reduzir-se a uma inutilidade política.”
A dirigente do Bloco de Esquerda insistiu que o partido não vai aprovar orçamentos que considera “maus” nem abdicar de impor reformas em matérias que considera estruturais. “A banca, os serviços públicos e o trabalho não são caprichos do Bloco. Abdicar deles em nome de um acordo vazio com o PS é transformar o Bloco num partido inútil”, sublinhou a deputada.
Quanto a uma possível crise política, Mariana Mortágua repete o que outros dirigentes do Bloco vão dizendo: só existe crise “se o PS assim o entender”. “Está na mão do PS querer ou não querer um acordo”, apontou, já depois de ter acusado António Costa de apostar na “permanente ameaça aos partidos de esquerda de que se ousassem não validar tudo o que era imposto viviam sob a ameaça da crise política e eram obrigados a obedecer”. No que depender de Mariana Mortágua, o Bloco já não reage a essa chantagem.