O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, pediu esta sexta-feira “tranquilidade” e “serenidade” sobre os riscos associados a uma mutação da variante do coronavírus SARS-CoV-2 que teve origem na Índia.
“A questão da variante indiana e a questão das mutações que vão existindo, nomeadamente das mutações adicionais em determinadas variantes, é o ciclo natural dos vírus e, portanto, vamos ter provavelmente no futuro de nos habituar a esses ciclos naturais dos vírus”, disse Lacerda Sales em Avis, no final da apresentação do Plano de Contingência Saúde Sazonal — Módulo Verão 2021.
“O que é um facto é que temos armas e hoje sabemos que temos armas e a vacinação é também uma boa arma contra essa variante. Aliás, foi com alguma estranheza e até com alguma dificuldade em percebermos, de facto, a fundamentação [da decisão do Reino Unido de retirar Portugal da ‘lista verde’ de países seguros] porque, efetivamente em relação a essa variante, como é também do conhecimento geral nós tínhamos 74 casos e só 12 desses 74 é que se referiam a essa mutação adicional”, acrescentou, remetendo para o Ministério dos Negócios Estrangeiros uma tomada de posição de Portugal.
O secretário de Estado sublinhou que “não existe nada” sobre transmissão comunitária desses 12 casos, dado que são 12 casos que estão “bem circunscritos, bem isolados”, estando “sob o controlo” da saúde pública.
O Ministério dos Transportes britânico anunciou que Portugal, incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores, vai deixar a “lista verde” de países seguros para viagens internacionais na terça-feira às 04h00.
Uma vez mais uma mensagem de tranquilidade e de serenidade para a população, mas também uma mensagem de que estamos atentos na vigilância epidemiológica dos vírus e das suas variantes, mas sempre com esta tranquilidade e serenidade que devemos passar para a população”, disse Lacerda Sales.
Sobre a eficácia das vacinas em relação à variante que foi inicialmente identificada na Índia, o governante assegurou que “têm eficácia”.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.704.003 mortos no mundo, resultantes de mais de 172 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 17.029 pessoas dos 851.461 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.