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Joan Morris foi esta sexta-feira ao local onde o filho de 14 anos foi assassinado, no bairro de Kingstanding, na cidade inglesa de Birmingham — a pouco mais de 200 quilómetros de Londres. “Disse ao meu filho para ir jogar futebol e ele não voltou para casa”, referiu, numa declaração emocionada aos jornalistas, para depois perguntar: “Quantas mais mães terão de chorar pelos seus filhos para que isto acabe?”
É que, apesar das muitas dúvidas quanto ao móbil do crime, está a ser investigada a possibilidade de haver uma motivação racial por detrás do homicídio de Dea-John Reid, que morreu na segunda-feira depois de ter sido esfaqueado. Embora a polícia britânica tenha afastado inicialmente esta hipótese, mais tarde viria a revelar que “houve um incidente com Dea-John e os seus amigos pouco antes do homicídio” que terá “escalado rapidamente, resultando na trágica morte”.
“Durante esse incidente, foi usada linguagem racista contra Dea-John Reid e os seus amigos. Isso agora está a ser investigado”, adiantou o inspetor-chefe Stu Mobberley da Polícia de West Midlands à Sky News.
A investigação ainda está, no entanto, numa fase muito inicial e a polícia está a receber e a avaliar “novas informações” que lhes vão chegando. “Ainda estamos a apelar para que testemunhas, qualquer pessoa que tenha visto ou ouvido algo que possa ajudar a nossa investigação, entre em contacto para que possamos construir uma imagem clara do que aconteceu“, pediu o inspetor-chefe Stu Mobberley.
The family of tragic murder victim Dea-John Reid has appealed for calm in the aftermath of the teen’s death.
Close family friend Patrice Mendez has spoken out on behalf of Joan Morris after seeing social media rumours encouraging trouble in #Kingstanding this weekend. pic.twitter.com/1W9PumQfIo
— West Midlands Police (@WMPolice) June 4, 2021
Um dos apelos que a polícia faz diz respeito a um carro que a investigação acredita que terá sido usado “durante o ataque”, segundo informa no site. “Acreditamos que os suspeitos chegaram e saíram do local do crime por volta das 19h30 num Volkswagen Golf azul escuro com a matrícula TN07 GBR”, lê-se no comunicado onde a polícia divulgou a imagem do carro em causa:

O Volkswagen Golf azul escuro com a matrícula TN07 GBR que a polícia está a tentar localizar
Localizar este carro “pode ser crucial”. “Precisamos mesmo de localizar este Volkswagen Golf e peço a qualquer pessoa que possa ter visto o carro ou saiba de seu paradeiro que entre em contacto connosco”, lê-se no comunicado da polícia.
Para já, a polícia acredita que Dea-John Reid tenha sido perseguido até College Road, no bairro de Kingstanding, antes de ser esfaqueado, segundo explica no seu site. A ambulância chegou ao local às 19h35 de segunda-feira. O óbito foi declarado no local, pouco tempo depois, escreve ainda a Sky News. A autópsia revelou que o jovem de 14 anos morreu devido a uma facada no peito.
Dois dias depois do crime, na quarta-feira, a polícia revelou que seis pessoas tinham sido detidas: quatro homens na casa dos 30 anos e dois meninos de 13 e 14 anos. Na terça-feira, três desses detidos foram acusados do homicídio: George Khan, de 38 anos, Michael Shields, de 35 e o jovem de 14 anos cujo nome não foi divulgado por ser menor de idade.
Esta sábado, a polícia adiantou que mais dois jovens foram detidos por suspeitas de estarem envolvidos no esfaqueamento fatal de Dea-John Reid: um tem 14 anos e é natural da cidade de Wolverhampton e outro tem 16 e vive num bairro a norte de Birmingham. No entanto, ainda vão ser interrogados e não foram acusados para já.