Deputados da Assembleia da Bolívia andaram à pancada na terça-feira. Um elemento do Creemos e um do MAS, partido no poder, agrediram-se fisicamente durante uma interpelação ao ministro Eduardo del Castillo, após ser questionado acerca da prisão da ex-Presidente Jeanine Añez. Também outras duas deputadas se envolveram numa briga.
Como explica o jornal Página Siete, tudo começou quando o ministro do partido de esquerda aludiu às mortes que ocorreram durante o conflito pós-eleitoral de 2019 e pediu um minuto de silêncio, durante o qual os membros do MAS levantaram cartazes onde se lia, nomeadamente, “justiça”.
O senador do Creemos envolvido na cena de pancadaria, Henry Montero, foi ter com o presidente da Câmara dos Deputados (Freddy Mamani), segundo ele — como explicou no final do incidente — para lhe exigir que pusesse “ordem” nos insultos do ministro Castillo, alegando ser “uma pena” que o executivo insultasse os membros do Creemos — o partido da oposição, de direita — e os acusasse de “criminosos, assassinos e golpistas”.
Num vídeo, publicado no Facebook por um jornalista boliviano, é possível ver o deputado do MAS, Antonio Colque, a levantar-se do seu lugar no plenário para afastar Montero do presidente Mamani, embora não seja possível perceber se os dois já estavam envolvidos nalgum tipo de violência física antes da chegada do deputado de esquerda. Colque começou a agredir Montero com socos, este reagiu e, no meio de mais socos e pontapés, alguns membros da Assembleia conseguiram afastá-los.
Durante a confusão, como é possível ver, também uma deputada de Creemos — Tatiana Añez — e uma deputada do MAS (Movimento ao Socialismo) — María Alanoca — se envolveram numa rixa.
No final da sessão, seguiu-se um pedido de desculpas por parte de Montero. Já Colque afirmou ter sido insultado e discriminado por fazer parte dos povos indígenas, repudiando a violência.
Uma publicação do Ministério do governo, segundo cita o diário boliviano, acabou por responsabilizar Montero pelo sucedido, acusando-o de agredir “vários parlamentares”, inclusive um representante indígena “de terceira idade”, referindo que os membros do partido de direita “interromperam e agrediram” enquanto decorria a sessão. No entanto, como aponta o jornal, segundo os registos da Câmara, Colque tem 40 anos.