Este domingo, milhares de pessoas juntaram-se numa manifestação na praça Colón, em Madrid, protestando contra a possibilidade de se concederem indultos a líderes separatistas que tentaram forçar uma declaração unilateral de independência de Catalunha face a Espanha — e que, por liderarem o chamado procés, foram condenados na justiça com penas de prisão de 9 a 13 anos.
As várias tendências da direita espanhola, dos partidos mais centristas Ciudadanos (liberal nos costumes e na economia) e PP (de centro-direita e mais tradicionalista) à formação partidária mais radical e de protesto Vox, estiveram presentes na manifestação.
O número exato de manifestantes está ainda por apurar: a delegação do Governo espanhol do PSOE contabilizou cerca de 25 mil pessoas, enquanto a polícia municipal da comunidade de Madrid — que é governada pelo PP — contou cinco vezes mais pessoas, 126 mil. É possível que o número exato de manifestantes esteja algures no meio: o jornal espanhol El País, por exemplo, calcula que tenham estado na manifestação cerca de 60 mil pessoas.
A organização da manifestação coube a uma plataforma cívica chamada União 78, que tem como líder Rosa Díez, uma antiga dirigente de um partido centrista, liberal e que se opõe veementemente a nacionalismos e aos separatismos no País Basco e na Catalunha — o União, Progresso e Democracia.
Os organizadores terão pedido aos partidos políticos que não reclamassem o protagonismo da manifestação e que se mantivessem num segundo plano, para que o encontro não ficasse conotado partidariamente. Mas durante a manifestação estiveram os líderes dos principais partidos políticos de centro-direita e direita radical de Espanha e os gritos de “demissão” para Pedro Sánchez fizeram a banda sonora da marcha.
Se PP e Ciudadanos estiveram presentes na manifestação mas com alguma discrição — e tendo até os seus líderes Pablo Casado e Inés Arrimadas, segundo se escreve em Espanha, ouvido alguns apupos e críticas de manifestantes —, os partidários e dirigentes do Vox mostraram-se em maior número e mais audíveis, tendo-se avistado várias bandeiras da formação partidária espanhola que tem proximidade ideológica com o Chega.
As fotografias da manifestação, que podem ser vistas clicando na imagem principal no topo do artigo, não deixam dúvida quanto à quantidade de cartazes com críticas e insultos ao Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, principal alvo do protesto de este domingo.