A China enviou esta terça-feira um recorde de 28 caças em direção a Taiwan, na maior demonstração de força desde que Pequim começou a enviar aviões quase diariamente, no ano passado, disse o ministério da Defesa da ilha.
A força aérea de Taiwan desdobrou as suas forças de patrulha aérea de combate em resposta e monitorizou a situação na parte sudoeste da zona de identificação de defesa aérea da ilha, disse o ministério da Defesa Nacional de Taiwan. Entre os aviões estavam vários tipos de jatos de combate, incluindo 14 aviões J-16 e seis J-11, bem como bombardeiros, disse o ministério.
A demonstração de força da China ocorre depois de líderes dos países do G7 terem emitido uma declaração, no domingo passado, a apelar a uma resolução pacífica para as questões do Estreito de Taiwan e a destacarem a importância da paz e estabilidade na região.
O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, disse nesta terça-feira que o G7 está deliberadamente a “interferir nos assuntos internos da China”. “A determinação da China em salvaguardar a soberania nacional, a segurança e os seus interesses de desenvolvimento é inabalável”, afirmou.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Taiwan, formalmente chamada República da China, tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.
Desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen, em 2016, a China aumentou a pressão diplomática e militar sobre o governo taiwanês, devido à sua recusa em concordar que a ilha faz parte do território chinês. A grande maioria dos taiwaneses rejeita a união política com a China sob a estrutura “um país, dois sistemas”, usada para Macau e Hong Kong.