Entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio não se mete. Será “o último” a fazê-lo na “polémica”, apesar de ter uma “opinião”. “Não vou interferir nessa polémica. Não vou dar nenhuma opinião sobre essa matéria”, insistiu várias vezes. A marcar presença, pela primeira vez, nas jornadas parlamentares do PSD, o presidente do partido não justificou a ausência até aqui, mas disse, já com os microfones desligados, “agora já se podem aproximar de mim”, sugerindo que a sua ausência estava relacionada com a pandemia.

Sobre as jornadas e o tema em si, deu seguimento à proposta de Adão Silva sobre a possibilidade de se aumentar o número de deputados em regiões menos populosas e antecipou que deve haver uma “discriminação positiva relativamente ao interior”. No distrito onde “faz mais sentido” falar sobre o tema (Portalegre), Rui Rio explicou que considera “justo que o primeiro e o segundo deputado possam ser dados por igual, independentemente do tamanho do distrito” e de seguida fazer “as correções técnicas para não estragar a proporcionalidade”. “O sistema proporcional tem de ser”.

Contudo, não é esta alteração que resolve os problemas do interior. “É um problema muito mais profundo”, mas estas alterações podem “ajudar qualquer coisa”. A solução passará por não se permitir que haja círculos eleitorais “muito grandes”, sendo a “única dúvida” do PSD é “qual o caminho matemático” a seguir. Quanto a datas, Rui Rio gostava que a proposta fosse apresentada até ao fim da sessão legislativa, “mais um mês e tal no máximo”, mas prefere “falhar um bocadinho e ter uma proposta consistente e consensualizada do que ir com algumas dúvidas”.

Ainda na justiça, e questionado sobre as palavras de Costa Andrade no início das jornadas parlamentares — em que acusou a atual procuradora-geral da república, Lucília Gago, de agir à “revelia” da Constituição — Rui Rio disse estar “de acordo” com a necessidade de uma “hierarquia clara dentro da PGR”, mas não que “se apague o rasto da intervenção dessa hierarquia”. Ou seja: a “responsabilização tem de lá ficar”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Rio espera que Portugal dê “alegria” a 10 milhões de portugueses

No dia em que a seleção nacional se estreia no Euro2020, Rui Rio espera que o feito de 2016 se repita: “Gostava imenso que Portugal voltasse a dar a todos nós a 10 milhões de portugueses a alegria que deu em 2016”. O líder do PSD lembra esse resultado foi “único”, mas espera que deixe de o ser ainda este ano, pois seria uma “grande alegria” para o povo português.

Para Rio “é conveniente” que se ganhe já o primeiro jogo, porque os que se seguem são “mais difíceis”, mas admitiu que não vai estar a assistir ao jogo porque vai estar em viagem de Portalegre para Évora.