A generalidade do país está há cerca de uma semana numa nova fase do desconfinamento onde a lotação dos transportes públicos foi reposta para 100% nos autocarros com lugares sentados. De fora ficaram concelhos com risco de transmissibilidade e infeção mais elevado, considerados de risco, onde se incluem Lisboa e Braga, dois centros urbanos a que chegam diariamente muitas pessoas, através dos transportes públicos.

O facto de terem sido mantidas as limitações de lotação nos concelhos de risco criou dúvidas nos operadores de nível nacional, como a Rede Expressos ou a Flixbus, mas o presidente da Antrop (Associação Nacional de Transportes de Passageiros), ao Público, rejeita “uma leitura meramente literal” da norma considerando que a questão da limitação da ocupação “não se aplica ao serviço Expresso”.

Leitura diferente faz Rui Pinto Lopes, da ARP (Associação Rodoviária de Transportadores Pesados de Passageiros) que afirma que “quando é requisitado um serviço não é possível garantir que, na data do mesmo, será mantida a lotação dos 100%” caso este envolva um concelho de maior risco. “Um transfer com origem num concelho de baixo risco para o aeroporto de Lisboa não pode ter limitação de lotação quando apenas entra no concelho de Lisboa para deixar os passageiros”, diz acrescentando que a questão já foi discutida com o secretário de Estado da Mobilidade e que aguarda “uma rápida correção da situação”.

Ao diário, fonte do ministério do Ambiente frisa que o que ficou determinado foi que “ao nível do transporte coletivo de passageiros sempre que esteja previsto, durante o percurso estabelecido (desde a partida até à chegada), que há entrada ou saída de passageiros em local situado num dos concelhos de risco elevado, terá que ser assegurado o cumprimento dos 2/3 de lotação da capacidade máxima do meio de transporte em causa”, algo que não está a ser cumprido por todos os operadores.

Ainda assim, sabe o Observador, a limitação de ocupação de lugares nas operadoras, nomeadamente na Área Metropolitana de Lisboa, há muito deixou de ser cumprido, com os autocarros a saírem da capital para os arredores muitas vezes com a lotação completa, sem garantir o distanciamento entre os passageiros.

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