A Câmara de Vila Nova de Gaia negou os pedidos para a realização de festas de São João porque “com esta cadência” o concelho “corre o risco de voltar atrás no confinamento“, disse esta segunda-feira o presidente.
“O Município deu indeferimento a todos os pedidos de festas no São João no espaço público. Apelo às famílias e coletividades que se estão a organizar festas para que cumpram as regras. Voltem para casa cedo e façam as coisas o mais reservadas possível. O processo de vacinação está a correr extraordinariamente bem, mas já estamos a chegar aos 80 casos por 100 mil habitantes, quando tínhamos há uma semana e meia 48“, disse Eduardo Vítor Rodrigues no final da reunião camarária que decorreu esta tarde.
O presidente da autarquia revelou aos jornalistas que pelo menos 20 coletividades, associações de moradores e clubes pediram para realizar festas, mas “todas foram proibidas” devido aos riscos de infeção e transmissão associados à pandemia da Covid-19. O autarca comparou os dados do final de maio e os da última semana e, feitas as contas, a conclusão foi de que Gaia registou cerca de 240 novos casos nos últimos 14 dias.
“Com esta cadência, corremos o risco de voltar atrás no confinamento. É preciso um esforço no São João porque está em causa o início do verão e a saúde das próprias pessoas. Se tivermos evolução daqui a 15 dias igual à que tivemos para trás [recuamos]. O São João é decisivo”, disse Eduardo Vítor Rodrigues.
O presidente da Câmara de Gaia frisou que “há pessoas internadas [nos hospitais] que já tinham duas vacinas”, referência feita em jeito de apelo a quem está vacinado e estará a descurar cuidados. Eduardo Vítor Rodrigues também garantiu que terá na quarta e quinta-feira, véspera e dia feriado de São João, “toda a Polícia Municipal na rua” e revelou que solicitou “mais policiamento da PSP e da GNR“.
A 31 de maio, Eduardo Vítor Rodrigues, também no final de uma reunião camarária, garantiu que, devido à pandemia da Covid-19, não serão organizados festejos de São João, o que inclui os habituais concertos musicais e o típico fogo de artifício. Mas “para compensar os comerciantes” o autarca confirmou o que já tinha anunciado a 02 de maio a criação de “minifeiras populares” em espaços que seja possível fechar para que seja controlada a lotação.
Esta segunda-feira, questionado sobre se face ao aumento de incidência em Gaia pondera suspender as minifeiras, Eduardo Vítor Rodrigues recordou que “esses serão espaços onde os cuidados e as regras serão obrigatórios e controlados“.
“O nosso problema é o espaço público. Basta andar na Avenida da República e contar quantas pessoas ainda usam máscara”, disse o autarca sobre uma medida de prevenção que se mantém obrigatória até 12 de setembro conforme foi publicado em Diário da República (DR) no dia 14. A publicação em DR era clara: a utilização de máscara é obrigatória nos espaços públicos.