Internamentos, novos casos, mortes, casos ativos, casos em vigilância, transmissibilidade, incidência. Nas últimas 24 horas todos estes indicadores voltaram a subir — é o que se pode retirar da leitura do habitual boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), que deu conta de mais 2.362 casos de infeção pelo SARS-CoV-2 (desde 13 de fevereiro que não eram tantos) e quatro mortes adicionais.
Apesar de o aumento da transmissibilidade, expresso pelo R(t), ter sido de apenas uma décima, tanto no indicador nacional como no que diz respeito apenas a Portugal continental (está agora em 1,14 e 1,15 respetivamente), o salto da incidência foi bem mais expressivo — e levou o país para lá das 170 infeções por cada 100 mil habitantes.
Em 48 horas, a incidência nacional passou de 158,5 casos de infeção por cada 100 mil habitantes para 172,8. No continente o salto foi ainda maior, dos 161,7 casos de infeção para os 176,9. Na comparação com os restantes países da União Europeia, contas feitas pelo site Our World in Data aos infetados por milhão, em vez de por 100 mil habitantes, só o Chipre fica à frente de Portugal, nesta corrida que todos dispensam ganhar — tem 257,24 de casos, na média dos últimos 7 dias, Portugal, consideravelmente abaixo, tem 145,27.
Quase uma semana depois de o Governo ter decidido interromper o processo de desconfinamento e fazer recuar nas restrições mais de duas dezenas de concelhos, o país mantém-se assim na zona (bem) vermelha da matriz de risco.
A 15 de março, quando os portugueses começaram a desconfinar, a média de novos casos diários, calculada a partir dos 7 dias anteriores, era de 579,1. Agora esse valor quase triplicou: esta quarta-feira a média de novas infeções/dia subiu para os 1.604,9.
O aumento tem vindo a registar-se de forma consolidada ao longo do mês de junho — no dia 1 a média era de 528,3 e no dia 15 de 773,3. A 19 de junho o patamar dos mil casos diários foi alcançado e a média não voltou a baixar.
Nos hospitais, apesar de longe dos piores dias da terceira vaga, depois de esta segunda-feira terem cruzado esse limiar, para descerem logo nas 24 horas seguintes, os internamentos associados à Covid-19 em Portugal voltaram esta quarta a ultrapassar os 500 — são mais 12, para um total de 504, o mais elevado desde 30 de março.
Em unidades de cuidados intensivos há neste momento 120 pessoas internadas (mais uma do que esta terça-feira), sendo que desde 1 de abril que não eram tantas.
Com mais 1.337 registados nas últimas 24 horas, o número de casos ativos também escalou e passou esta quarta-feira a fasquia dos 33 milhares, o que faz com que sejam agora 33.471 as infeções no país. Desde 21 de março, sensivelmente uma semana depois do início do desconfinamento, que também não eram tantos.
Mais de metade (56,6%) dos 2.362 novos casos de infeção constantes do boletim desta quarta-feira foram mais uma vez registados na região de Lisboa e Vale do Tejo, que se mantém a mais afetada em todo o país.
A região Norte tem 18,4% dos novos casos; seguida do Algarve, com 10,8%; e do Centro, com 9,5%. Já no Alentejo foram confirmados 64 casos nas últimas 24 horas (2,7%); enquanto nos Açores esse número fixou-se nos 35 (1,5%); e na Madeira nos 14 (0,6%).
Uma das novas quatro mortes constantes do boletim da DGS foi registada justamente na Madeira, que esta quarta-feira chegou assim às 70 vítimas mortais da pandemia — 17.096 no total nacional.
As três outras novas mortes foram declaradas em Lisboa e Vale do Tejo, que é de longe a região com mais vítimas fatais: 7.263 desde março de 2020. Apesar de nas últimas 24 horas não terem registado qualquer perda, as regiões Norte e Centro já somam 5.365 e 3.027 óbitos respetivamente. No Alentejo morreram 972 pessoas, no Algarve 365 e nos Açores 34.
Numa nota positiva, são já 828.990 os recuperados da Covid-19 em Portugal, mais 1.021 nas últimas 24 horas — para um total de 879.557 infetados.
Esta quarta-feira são ainda mais 2.166 as pessoas em vigilância. Neste momento, ao todo, são 53.275.