A diligência a Joe Berardo e ao seu advogado, André Luiz Gomes, está suspensa. O interrogatório vai continuar esta quinta-feira, uma vez que a defesa ainda está a consultar os autos. Assim, apurou o Observador, o interrogatório que começou esta tarde vai prolongar-se, pelo que não serão conhecidas esta quarta-feira as medidas de coação a aplicar ao empresário e ao seu advogado, que foram apenas identificados.

O Ministério Público indiciou Joe Berardo pelos crimes de falsificação de documentos e descaminho da ordem pública, avançou a TVI e confirmou o Observador. Estes crimes juntam-se aos crimes de burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais dos quais o empresário é suspeito.

Filho de Joe Berardo constituído arguido no caso da CGD

Renato Berardo foi constituído arguido nos autos da Caixa Geral de Depósitos. Ao que o Observador apurou, o filho de Joe Berardo é suspeito de ter colaborado com o pai no alegado esquema de burla que terá prejudicado os interesses patrimoniais da Caixa Geral de Depósitos, do BCP e do BES em mais de mil milhões de euros.

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Renato Bernardo tinha como responsabilidade no Grupo Bernardo acompanhar o Museu Berardo e os investimentos do Grupo Berardo na área vinícola, nomeadamente na Quinta da Bacalhôa. E é uma figura muito próxima do pai, tendo participado em negociações com a CGD e outros bancos.

Ao que o Observador apurou, há outros elementos da família de Joe Berardo que estão a ser investigados.

Os créditos de milhões, a luta de poder e a queda de Berardo

O Expresso e o Jornal de Notícias noticiaram que o processo envolve até ao momento 11 arguidos. É uma informação que o Observador também confirmou, sendo que foram constituídas arguidas seis empresas. Dos cinco arguidos individuais, estão em causa Joe Berardo e o seu filho Renato, o advogado André Luiz Gomes, Carlos Santos Ferreira (ex-presidente da Caixa e do BCP) e mais um cidadão que o Observador ainda não conseguiu confirmar.

À chegada ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) por volta das 15h45, o advogado do empresário Joe Berardo não revelou se o arguido vai prestar declarações ao juiz Carlos Alexandre. Questionado se Berardo irá depor, Paulo Saragoça da Matta limitou-se a responder que não há “nenhuma expectativa, nenhum prognóstico”.

Logo de seguida, também João Costa Andrade, representante legal de André Luiz Gomes, advogado de negócios de Berardo e igualmente detido na terça-feira, chegou ao TCIC, mas sem prestar declarações aos jornalistas.

Interrogatório começou às 16h

Apesar de ter sido dado como adiado por alguns meios de comunicação social, o Observador confirmou junto de fontes judiciais que o interrogatório de Joe Berardo e de André Luiz Gomes, ambos detidos esta terça-feira por suspeita de burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, arrancou às 16h desta quarta-feira.

A razão para o interrogatório ter sido marcado para a parte da tarde prende-se com o facto de o juiz Carlos Alexandre, que ouviu o empresário e advogado no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), ter passado a manhã em diligências.

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O facto de o interrogatório ter sido prolongado para quinta-feira não significa que o mesmos se conclua nesse dia. Tudo depende do comportamento dos arguidos, nomeadamente se falarão ou se se remeterão ao silêncio num interrogatório que será liderado pelo juiz de instrução criminal.