Doze anos depois de ter sido candidato pelo Bloco de Esquerda à junta de freguesia de Lordelo e à Assembleia Municipal de Vila Real, Sérgio Ramos junta-se ao Chega para se candidatar à Câmara Municipal de Vila Real. Atualmente, quando olha para trás, Sérgio Ramos percebe que “não [se] revia muito nas políticas do BE” e acredita que o partido liderado por André Ventura pode contribuir para um “caminho diferente” para o país.
Após a experiência bloquista, o professor esteve afastado da política e, recorda em declarações ao Observador, até recusou um lugar de deputado na Assembleia Municipal de Vila Real. Não se lembra ao certo quando entrou e quando saiu do partido liderado por Catarina Martins, mas sabe o que o levou a candidatar-se nas listas do Bloco: acreditar que o BE era o “projeto que poderia mudar um bocadinho aquilo que era o rumo que estávamos a ter em Portugal”. Saiu desapontado quando, no seu entender, viu que o partido apostava muito no Estado social, mas faltava beneficiar quem trabalhava. “Todos devíamos trabalhar para produzir mais, para que distribuíssemos melhor e para que todos pudéssemos viver um bocadinho melhor e não era bem isso que estava a acontecer”, explicou, ao admitir que o espírito “mais novo e mais rebelde” pode ter “precipitado” a entrada no partido.
Aos 44 anos, Sérgio Ramos é professor de educação visual e tecnológica, apaixonado por ciclismo e preocupado com o ambiente e com o futuro. Os anos que passou longe da política fizeram-no pensar que tem de agir: “Gostava que os meus filhos olhassem para mim e dissessem ‘obrigado por teres feito alguma coisa quando parecia estar perdido’”. É exatamente isso que diz esperar conseguir no Chega.
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Com os olhos no Ambiente, a candidatura liderada pelo atleta amador pretende construir um ecocentro central para que “a população tenha um local seguro e ordenado para entregar os seus resíduos”, substituir as viaturas da câmara por viaturas elétricas e incentivar a mobilidade urbana sustentável, sendo o próprio a dar o exemplo ao fazer 50 quilómetros de bicicleta para ir dar aulas.
Por outro lado, no seguimento de uma proposta que fez no Congresso do Chega — e que acabou por não ser apresentada — propõe também uma redução do salário de detentores de cargos públicos, inclusive de presidente da câmara. “No limite o que vou propor é que o ordenado não seja superior àquele que eu ganho como professor porque ninguém deve ir para a política para enriquecer”, explica.
A candidatura do Chega em Vila Real pretende ainda criar medidas para fixar a população, com a “captação de empresas produtoras e não apenas de armazenagem”, a valorização do comércio local e com “incentivos à natalidade” através de, por exemplo, criação de creches gratuitas.