Fernando Medina foi um dos políticos que integrou a comissão de honra de Luís Filipe Vieira na recandidatura à presidência do Sport Lisboa e Benfica há menos de um ano. Agora, com o presidente do Benfica detido, Medina diz que deseja que “rapidamente seja feita uma investigação, que seja ou não deduzida uma acusação e, havendo acusação, que seja julgada com rapidez”.
Em entrevista na RTP3, Medina justifica a participação na comissão de honra como sendo “a título pessoal, como adepto” e, acima de tudo, “feita num contexto onde muitas destas coisas não eram conhecidas, não havia acusação nenhuma”. Além de dar justificações pessoais, Medina aproveita para dar a mão também ao primeiro-ministro socialista António Costa, que também integrava a lista: “pronunciar-me um ano antes sobre o que acontece depois não me parece bem, nem para mim nem para todas as centenas de pessoas que apoiaram”.
[Apoiaram] num pressuposto de reconhecimento pelo trabalho desportivo feito e no desconhecimento de qualquer ilegalidade que comprometesse o desempenho de funções, obviamente se tivesse [conhecimento] as coisas teriam sido diferentes”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
À data, já eram várias as suspeitas sobre o presidente do Benfica, mas Medina afirma que se “fala muito na praça pública” e que “os jornais estão sempre cheios de coisas” que se “concretizam, mas uma grande parte não se concretiza”.
Em justificação por ter sido uma das mais de 500 personalidades a apoiar Vieira, Medina diz que é “um apoio pessoal, limitado no tempo” e que faz “uma avaliação positiva dos muitos anos à frente do Benfica”.
Frisando que defende a separação entre a política e o desporto, apoiando o que está a ser discutido no Parlamento, Fernando Medina diz que quando se trata de uma comissão de honra é preciso distinguir o “apoio de um adepto” onde considera, não estar “em causa a idoneidade do desempenho do cargo político”.
“Nada implica com as minhas decisões do ponto de vista político, das quais tenho a sublinhar a grande correção, empenho e tratamento igualitário de todos os clubes da cidade de Lisboa e creio que todos podem testemunhar isso”, disse ainda o edil lisboeta.