Tadej Pogacar (UAE Emirates) temia o calor, mas nem as altas temperaturas e o ritmo imposto pela INEOS na 15.ª etapa, lhe tiraram o “gás”. O camisola amarela mostra-se agora confiante para atacar a última semana da Volta a França em bicicleta.

“Hoje, os meus rivais tentaram atacar, mas, infelizmente para eles, sentia-me bem. Era um bom dia para tentarem colocar-me em dificuldades, no entanto o meu corpo reagiu bem ao calor, a minha equipa ajudou-me muito, e passei uma boa jornada na bicicleta. O ritmo da INEOS não me incomodou, tinha boas pernas”, reconheceu o camisola amarela, após ter concluído a tirada no grupo dos favoritos.

O jovem esloveno, de 22 anos, admitiu que antes do início da 108.ª edição aquilo que mais o assustava era o calor, por não acreditar que “pudesse enfrentá-lo bem”.

“Mas esta semana, quase todos os dias esteve calor, e dei-me conta que não me incomoda. Nunca sabemos o que pode acontecer, mas vou enfrentar esta última semana com confiança. Todo o pelotão está cansado, eu incluído. Na última semana, veremos provavelmente ataques menos acutilantes, mas mais corredores a quebrar”, antecipou.

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Como fator extra de motivação, ‘Pogi’ recebeu hoje a visita dos pais, que o apoiaram durante a parte final da tirada que ligou Céret a Andorra-a-Velha, no total de 191,3 quilómetros, e que foi vencida pelo norte-americano Sepp Kuss (Jumbo-Visma).

“Vi os meus pais na última subida, isso tornou-a mais fácil. Quando os vi, esqueci-me por momentos de que estava a sofrer”, contou.

Foi precisamente na ascensão ao Col de Beixalis, a última das três contagens de primeira categoria do dia onde os pais esperavam para o ver passar, que o líder da UAE Emirates sofreu mais ataques, sem que os seus mais diretos adversários tivessem conseguido recuperar os mais de cinco minutos de atraso que têm para a camisola amarela.

O campeão em título lidera com 05.18 minutos de vantagem sobre o colombiano Rigoberto Urán (EF Education-Nippo), segundo, e 05.32 sobre o dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), terceiro.

Pogacar viu mesmo o francês Guillaume Martin (Cofidis), segundo da geral à partida para a 15.ª etapa, ‘claudicar’ e perder quase quatro minutos.

“Já esperava isto. Esperava sofrer depois do esforço que fiz ontem [sábado]. Estava mesmo prestes a quebrar no Port d’Envalira e penso que na descida fui mais lúcido. É frustrante, porque perdi o contacto na primeira fase da descida, apesar de ir no limite”, detalhou o novamente nono da geral, a 07.58 minutos do esloveno.

O francês disse ainda que sabia que não ia ganhar o Tour, reconhecendo que agora está ao seu “nível” na geral.