A Turquia terá de comunicar à UNESCO, até 2022, qual o estado de conservação da antiga basílica de Santa Sofia, em Istambul, convertida em mesquita em 2020, anunciou esta sexta-feira o Comité do Património Mundial.

O Comité do Património da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que está reunido em Fuzhou (China), manifestou “profunda preocupação” pelas possíveis consequências da conversão da basílica em mesquita, anunciada a 10 de julho de 2020.

O comité “lamentou profundamente a ausência de diálogo e de informação” sobre a decisão tomada e exigiu à Turquia a apresentação de um relatório até 01 de fevereiro de 2022.

Importante obra arquitetónica construída no século VI pelo Império Bizantino, que ali coroava os seus imperadores, Hagia Sophia (Santa Sofia) é Património Mundial da UNESCO e uma das principais atrações turísticas de Istambul.

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Convertida em mesquita depois da tomada de Constantinopla pelos otomanos, em 1453, a catedral bizantina foi transformada em museu em 1934 pelo fundador da República Turca secular, Mustafa Kemal Ataturk, que queria “oferecê-la à humanidade”.

A decisão de a reconverter em mesquita suscitou críticas no estrangeiro, particularmente na Rússia e na Grécia, países de religião ortodoxa, e causou incómodo em organizações como o Conselho Mundial de Igrejas e a UNESCO.

Se o Comité do Património não ficar satisfeito com o relatório, pode colocar a antiga basílica na lista do património em risco ou decidir retira-lhe o título de monumento protegido.