O Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, anunciou esta quarta-feira formalmente as nomeações de 11 novos chefes de delegação, entre as quais a da diplomata portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa para embaixadora em Cuba.
Em 16 de julho passado, uma porta-voz comunitária já confirmara à Lusa que Isabel Brilhante Pedrosa havia sido a escolhida pelo corpo diplomático europeu para nova chefe da delegação da União Europeia em Cuba, depois de em fevereiro passado ter deixado a Venezuela ao ser considerada “persona non grata”.
Isabel Brilhante Pedrosa vai suceder, a partir de 01 de setembro, ao embaixador espanhol Alberto Navarro como chefe da delegação da UE em Havana, no quadro da rotatividade dos chefes de delegação e embaixadores da União em países terceiros, que levou à designação de outros 10 novos embaixadores que iniciarão funções na mesma data, na Argélia, Azerbaijão, em El Salvador, Etiópia, Iraque, Malaui, Nicarágua, Peru, Somália e Tailândia.
A nomeação de Isabel Brilhante Pedrosa para chefe da delegação em Cuba tem lugar num contexto de convulsão política na ilha, que vive uma grave crise económica e de saúde – com a pandemia de Covid-19 descontrolada e uma grave escassez de alimentos, remédios e outros produtos básicos, além de longos cortes de energia -, o que levou recentemente às maiores manifestações em décadas, reprimidas pelas autoridades.
Isabel Brilhante Pedrosa, 57 anos, irá então substituir dentro de menos de um mês o diplomata Alberto Navarro, que em fevereiro passado se viu envolvido numa polémica, ao subscrever uma carta — assinada por centenas de personalidades — a pedir ao Presidente norte-americano, Joe Biden, que levantasse o embargo a Cuba, defendendo que já não existia ditadura no país.
O responsável espanhol foi mesmo chamado a Bruxelas para dar explicações, tendo o Alto Representante Josep Borrell decidido mantê-lo no cargo, mas repreendendo-o pelo “erro”.
UE chama embaixador em Cuba para explicar alegada carta a Joe Biden
Também no final de fevereiro de 2020, na sequência de uma decisão dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE de alargarem a lista de personalidades ligadas ao regime venezuelano alvo de sanções, o regime de Nicolas Maduro considerou Isabel Brilhante Pedrosa “persona non grata”, dando-lhe 72 horas para abandonar o país, tendo a diplomata portuguesa, chefe da delegação da UE em Caracas desde 2018, regressado a Bruxelas no início de março.